Cinema

Fuga como estratégia única de sobrevivência

Cena do filme “Welcome to Chechnya” (Bem-vindo à Chechênia) | © Public Square Films

Por Ieva Šukyt?

O que se pode fazer quando a única chance de continuar vivo é escapar do próprio país? O documentário “Bem-vindo à Chechênia”, exibido na sessão Panorama da Berlinale, mostra como ativistas tentam ir contra a perseguição sistemática a pessoas LGBTQI na Chechênia.

Sob a presidência de Ramzan Kadyrov, no poder desde 2016, a República Federal Russa da Chechênia tem cometido um grande número de crimes contra pessoas da comunidade LGBTQI. O documentário Bem-vindo à Chechênia, do diretor estadunidense David France, mostra como David Isteev e Olga Baranova, ativistas na rede pró-LGBT da Rússia e membros do Centro Comunitário para LGBTQI+ em Moscou, arriscam suas próprias vidas participando de operações secretas de resgate para ajudar centenas de pessoas a sair do país.

Proteção das vítimas

Para proteger as vítimas de perseguição e tortura, David France utiliza tecnologia deepfake, substituindo seus rostos pelas faces de ativistas dos EUA e também usando vozes diferentes das dos envolvidos. Somente no fim do filme é que uma das vítimas reais tem seu rosto exibido: Maxim Lapunov foi o único que testemunhou publicamente a respeito dos ataques e assassinatos na Chechênia. As identidades dos demais ativistas permanecem secretas, mas seus relatos em primeira mão revelam a verdade sobre a perseguição sistemática que ocorre no país.


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A cobertura da Berlinale é uma parceria Goethe-Institut e Estado da Arte