Filosofia

Selectas dos “Analectos” de Confúcio

Em mais uma produção em parceria com o Café Filosófico, o Estado da Arte apresenta uma seleção de trechos do livro de aforismos compilados pela escola de Confúcio há mais de 2.500 anos atrás.

Ouça:

https://www.teatrodomundo.com.br/selectas-dos-analectos/

No ano da celebração do tema da Responsabilidade, em 2017, o Café Filosófico realizou um movimento curatorial aparentemente incomum, mesmo considerando a diversidade e versatilidade de seu acervo: um ciclo de palestras sobre a sabedoria de Confúcio, organizadas por Qinxiang Gao, professor da Beijing Jiaotong University e diretor do Instituto Confúcio na Unicamp e Antonio Florentino Neto, filósofo e professor da Unicamp.   

Mas, como dito, a proposta é só “aparentemente” incomum, pois, na verdade, o espectro de temas tratado por Confúcio é tão vasto, que pode, mesmo há milênios de distância, alimentar cada um dos tópicos tratados ao longo do ano passado, sejam as questões políticas, jurídicas, morais e mesmo ambientais discutidas no ciclo “Novos Horizontes da Responsabilidade”, sejam as questões ligadas à família e a educação dos ciclos “Tempos da Infância e a Infância dos nossos Tempos” e “Do paradigma da dominação ao paradigma do cuidado”, seja ainda sobre as questões ligadas à saúde mental no ciclo “Pílulas e Palavras”. (A bem da verdade, tal pertinência poderia ser facilmente demonstrada em relação a praticamente todos os ciclos do Café Filosófico). 

Para comprovar, bastarão alguns exemplos: 

Tzu-kung perguntou, “Há alguma palavra que possa servir como princípio guia para a conduta de toda uma vida?” Confúcio disse, “É a palavra altruísmo (shu). Não faça aos outros aquilo que não quer que façam a você.”

Confúcio disse ao seu discípulo Tseng Tzu, “Há um fio que corre por todas as minhas doutrinas.” Tseng Tzu disse, “Sim.” Depois que Confúcio partiu, os discípulos lhe perguntaram, “O que ele quis dizer?” Tseng Tzu replicou, “O caminho do nosso mestre não é outro senão a consciência e o altruísmo.”

Confúcio disse, “Pela natureza os homens são iguais. Através da cultura eles se diferenciam de longe.”

O duque Ching de Ch’i perguntou a Confúcio sobre o governo. Confúcio replicou, “Que o governante seja um governante, o ministro seja um ministro, o pai seja um pai, e o filho seja um filho.” O duque disse, “Excelente! De fato quando o governante não é um governante, o ministro não é ministro, o pai não é pai e o filho não é filho, ainda que eu tenha todos os grãos, acaso chegarei a comê-los?”

Confira esses e outros aforismos: 

https://www.teatrodomundo.com.br/selectas-dos-analectos/

No Acervo do Café Filosófico

arquivo: série do café sobre confúcio e cultura do chá na china (vídeos em português e em mandarim)

#retrospectiva 2017: novos horizontes da responsabilidade

#retrospectiva 2017: o tempo da infância e a infância de nossos tempos

setembro: do paradigma da dominação ao do cuidado

#retrospectiva 2017: pílulas e palavras