Que relação poderia haver entre o trágico neoclássico francês Racine e os poetas brasileiros Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto? E como René Girard entraria nesta equação? Cláudio Ribeiro tem as respostas.
Dando sequência à lista de pretensões perigosas para a poesia, iniciada aqui na semana passada, hoje trato do terceiro tipo, a crença de que a forma pode ter um valor em si mesma.
A coluna de hoje, a ser continuada nas próximas semanas, apresenta sete tipos de pretensão poética que, se não alcançam a página, tornam-se a destruição da própria poesia.
Depois de mais de um século da revolução combinada de versos livres e brancos, que está na base de uma parte significativa da poesia moderna, parece que a concepção do fazer poético, daquilo que faz de um poema um poema, ao menos para o público leigo, alterou-se pouco.
As tecnologias evoluem e surpreendem a cada instante, os homens quase habitam outro planeta mesmo antes de ter realizado, conforme a inspirada observação de Carlos Drummond de Andrade, a dificílima e dangerosíssima viagem de si a si mesmo...
Quantas vezes, me pergunto, um poema precisará ser lido antes de começar a revelar seus secretos encantos?
O desaparecimento de Dora Ferreira da Silva (1919-2006) poderia marcar a condenação de uma de nossas maiores poetisas a um lugar naquele cemitério dos poetas que é também o umbral de seu esquecimento.