Uma conversa com Luís Miguel Oliveira, uma das vozes mais fascinantes da produção crítica internacional
Uma conversa com o cineasta português José Oliveira sobre "Os Conselhos da Noite", filme mais recente do diretor
Uma conversa com o australiano Adrian Martin, um dos principais críticos de cinema atuais, cuja obra seminal se divide em livros, aulas, ensaios e palestras
"No Brasil, tão deficiente de sua memória, forçoso é despertar."
Em tempos de esquecimento obrigatório imposto à Cinemateca, uma tragédia cultural tão grande exige coragem proporcional para enfrentá-lo. Com exclusividade ao Estado da Arte, com a devida grandeza, o cineasta Júlio Bressane insiste na memória, na preservação de nosso patrimônio — contra a corrente de nosso naufrágio.
De 01 a 30 de setembro, na plataforma Cultura em Casa, acontece a 1ª Mostra Internacional de Cinema Virtual de São Paulo, uma iniciativa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Secretaria de Relações Internacionais. Durante um mês, o público pode assistir, gratuitamente e sem sair de casa, a produções dos mais diversos países e gêneros. Na última sexta-feira, Sérgio Sá Leitão, Secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo, e Miguel Forlin, coeditor de Cinema do Estado da Arte, conversaram sobre esse projeto. No bate-papo, gravado para o podcast do Governo do Estado de São Paulo, foram abordadas as principais características do evento e a sua importância em tempos de pandemia. Confira a conversa e todos os devidos links no post.
"Na estrada para Las Vegas, até o homem que dá carona tem o penteado de Elvis Presley. Será inevitável aos que pisam na cidade acabarem assumindo seus traços, tornando-se parecidos com ela? Em Showgirls (1995), testemunhamos tal processo de metamorfose acontecer com a protagonista. Desprovida de quaisquer raízes, sem amigos nem família, sempre evasiva quando lhe perguntam de onde vem, a aspirante a dançarina Nomi Malone aterrissa em Las Vegas como uma tela em branco à espera de ser utilizada."
Por Matheus Cartaxo, um ensaio sobre Showgirls, de Paul Verhoeven — sobre morrer e viver em Las Vegas. Uma parceria com a FOCO - Revista de Cinema.
"A bem da verdade, a viagem que Bob e Charlotte empreendem à capital japonesa pode, ela mesma, ser interpretada como uma metáfora dramática do que acontece quando nos desviamos da decadência do cotidiano, de um modo de ser inautêntico: quando estamos angustiados, vamos para Tóquio — aquele lugar diametralmente oposto ao que vivemos e onde somos, em que nada é familiar e no qual a palavra não é útil." Um ensaio de Juliana Fonseca Pontes sobre Encontros e Desencontros.
"Quantas histórias de amor não acabaram tragicamente por causa do coronavírus? Quantos aspectos de A Peste, do Camus, não são vistos diariamente no nosso comportamento e no comportamento alheio? Como não entender completamente o tédio e o pavor que o isolamento origina nos personagens bergmanianos? Ou as tensões que o convívio fechado entre diferentes pessoas proporciona? E como não enxergar, de um jeito apocalíptico, a realidade em que nos vemos inseridos, com as incontáveis mortes, a crise econômica, os milhões de desempregados e as exigências da subsistência batendo à porta?
Algumas dessas histórias foram contadas por artistas que as viveram. O mesmo pode ser dito de pessoas que, em determinado momento histórico, as leram e viram. Hoje, podemos dizer que também fazemos parte desse grupo."
Pandemia, isolamento e o poder da arte de ficção. Por Miguel Forlin.
"Depois de explorar as ruas, as noites, os condomínios, os trens, os cheiros e as temperaturas de Nova York nos seus cinco primeiros longas ?—? Fuga para Odessa (1994), Caminho sem volta (2000), Os donos da noite (2007), Amantes (2008) e Era uma vez em Nova York (2013) —, James Gray se afasta de casa, se afasta muito, nos seus dois filmes mais recentes: transita entre a Inglaterra do início do século XX e a selva amazônica em Z: A Cidade Perdida (2016) e viaja até os confins do Sistema Solar em Ad Astra (2019). Abre-se, nesse movimento para fora, uma janela de infinita perspectiva? — ?de fome metafísica? —?, representada, sobretudo, pelas insaciáveis ambições do explorador arqueológico Percy Fawcett e do explorador espacial McBride (o pai), ambos em busca de uma realidade absoluta que transcenda as contingências da vida e que justifique uma jornada que nunca termina."
O paraíso perdido de James Gray, por Lucas Petry Bender. Uma parceria do Estado da Arte com a Persona Cinema.