Se a poesia é o espaço de reivindicação da singularidade da experiência, a política na poesia bem faz em evitar o caminho fácil que é falar dos outros enquanto, a um só passo, trata de reduzi-los a lugares-comuns.
Depois de mais de um século da revolução combinada de versos livres e brancos, que está na base de uma parte significativa da poesia moderna, parece que a concepção do fazer poético, daquilo que faz de um poema um poema, ao menos para o público leigo, alterou-se pouco.
Durante um ano percorri escolas da rede pública do interior do Rio Grande do Sul, a convite do SESC, num projeto chamado “Mais Leitura”, com a missão de falar sobre poesia para os anos finais do ensino fundamental, além de lhes apresentar os grandes poetas brasileiros.
Quantas vezes, me pergunto, um poema precisará ser lido antes de começar a revelar seus secretos encantos?