"É precisamente porque não é fácil nem simples descobrir o que tem realmente valor que é implausível pensar que os valores são subjetivos." Por outro lado, qual é sua natureza própria, seu estatuto epistemológico? O que é pensar moralmente? Um ensaio de Desidério Murcho sobre um fenômeno que nos é crucial: os valores.
"Se o livre-arbítrio for uma ilusão, não há decisões genuínas, nem verdadeira deliberação, nem controlo propriamente dito." Um ensaio do Prof. Desidério Murcho sobre o problema do livre-arbítrio — ou melhor, três problemas diferentes, e não um apenas.
De acordo com Desidério Murcho, "não há razões sequer remotamente promissoras a favor da proibição da eutanásia voluntária." Para o Prof. Murcho, "a ideia clara e evidente de que é imoral proibir o que não afeta negativamente seja quem for custa imenso a caber na mentalidade hipernormativa infelizmente tão comum", uma dificuldade mental que tem duas razões principais: "exibir imaginadas superioridades morais perante os outros" e "um dos fenómenos mais infelizes da psicologia humana, o pensamento de manada".
"Será que as coisas são mesmo como parecem? O que está em questão é a distinção entre a contingência e necessidade: algumas verdades parecem instáveis, digamos, no sentido de parecer que poderiam ter sido falsas, ao passo que outras parecem de tal modo estáveis que aparentemente não poderiam ter sido falsas. Isto significa que parece que as verdades têm modos: aparentemente, algumas frases são verdadeiras no modo da necessidade e outras no modo da contingência."
Um ensaio do Prof. Desidério Murcho sobre as modalidades aléticas da verdade. "Bem-vindo a uma das mais fascinantes áreas da metafísica contemporânea."
Em plena Segunda Guerra, quando o governo britânico pedia aos seus cidadãos imensos sacrifícios económicos, Orwell ficou chocado com a incongruência de jornais em que os editorialistas davam voz aos pedidos do governo, ao mesmo tempo que publicavam anúncios de casacos de peles, na mesma página. Esta imagem ilustra um problema de fundo que poucas pessoas parecem compreender: o do financiamento da cultura, da ciência, das artes, da filosofia e da informação.
"Quase todo o conhecimento — todo, quando se sai do aqui-e-agora — depende do conhecimento de outras pessoas. Além disso, mesmo no caso dos métodos de prova lógico-matemáticos, a procura alheia de erros é fundamental. Devido a estas duas razões, é de importância capital compreender os argumentos de autoridade." Um ensaio do filósofo Desidério Murcho.
O pensamento científico é contraintuitivo. E esse é um dos fatores que explica que não só muitas superstições subsistam atualmente, como, à medida que velhas superstições desaparecem, surjam outras, em catadupa.
Mesmo que a prova de Tomás fosse forte, seria ainda preciso ver se não há outras provas mais fortes contra a existência de Deus. E vice-versa: mesmo que as objecções contra o raciocínio de Tomás sejam realmente fatais, como parecem, é preciso ainda ver se haverá outros argumentos cosmológicos que lhes sejam imunes.
Tanto crentes como não-crentes consideram por vezes que as tentativas de provar que Deus existe são descabidas, porque a crença religiosa não é uma questão de provas.