"O grave momento em que vive a humanidade por conta da pandemia da COVID-19 tem servido para explicitar não apenas as deficiências de infraestrutura dos países, mas também certa pobreza do debate." Gabriel Ferreira fala sobre a ciência entre duas ameaças.
Se é verdade que, como apresentei no texto passado, as ciências naturais conheceram um boom inaudito nos últimos dois séculos, não é menos verdade que a própria filosofia passou por profundas modificações. Para o que me interessa aqui, a mais saliente delas talvez tenha sido a paulatina aproximação com aquelas ciências naturais de uma forma porventura sem precedentes em sua história.
Estariam as nossas perspectivas intelectuais contemporâneas tão longe assim de uma antropologia filosófica?
O caos exterior deveria ser a ocasião para repensarmos sobre a eventual desordem interior em cada um de nós.
No primeiro dia de 2017, o mundo perdeu um dos maiores e mais ativos filósofos em atividade até então, o britânico (nascido na China) Derek Parfit (1942-2017).
No livro The death of expertise, o professor da US Naval War College, Tom Nichols, expõe e analisa um fenômeno que, embora não seja propriamente recente, tem exibido particularidades notavelmente novas nos tempos atuais.
Ainda na semana passada, tivemos a votação da Medida Provisória que rege o Ensino Médio no país. Após idas e vindas, com pouco ou quase nenhum diálogo com a sociedade, os congressistas decidiram-se por, entre outras coisas do pacote, manter a oferta obrigatória das disciplinas de Filosofia, Sociologia e Artes, mas remover o caráter compulsório das assim chamadas "ciências naturais".
O Estado da Arte publica a terceira e última parte do dossiê especial "Por que a beleza importa?", inspirado no livro e no documentário do filósofo inglês Roger Scruton.
No Brasil, pelo fato de que a imensa parte das discussões importantes ainda está por ser feita, mas também porque, sobretudo em tempos acalorados como os atuais, tentar imprimir um pouco de clareza de pensamento às questões é uma virtude.