O lugar de fala matou a fala
Expressar-se se transformou num caminhar temeroso pela terra das opiniões. O lugar de fala matou a fala — e o artista trai a si mesmo. Por Hugo Langone.
Houellebecq e a Serotonina da intranscendência
Houellebecq, a troca do profetismo pelo retrato e a Serotonina da intranscendência. Por Hugo Langone.
Em que o autor, de Saulo de Tarso, rapidamente briga com Ferreira Gullar
"Parecerá estranho dizê-lo ante a imagem de luminosidade sobrenatural que envolve a experiência paulina, mas Paulo tinha — por mais excêntrico que seja lembrá-lo — carne, Paulo tinha ossos que reverberassem a queda. Quem for de carne e osso, então, viverá experiência semelhante à do autor. Provavelmente recordar-se-á de ter experimentado alguma reverência ante os livros quando da infância, ou de ter intuído certa aura ao redor de lombadas."
Um ensaio de Hugo Langone sobre "o processo universal da descoberta: o poeta terá encontrado seu Ananias, terá sua Arábia, seu Tiago e seu Pedro; mas também conhecerá a experiência luminosa e anterior do alto, o chamado de uma luz que em alguma medida o cega, que lhe parece toda independente e que ele carregará consigo e tentará reproduzir."
Marco Lucchesi e Hugo Langone: dois autores em colóquio
Trazemos hoje não uma entrevista, mas uma conversa entre dois autores: Hugo Langone, nosso colaborador habitual, e Marco Lucchesi, jovem imortal da ABL — alguém que, não satisfeito em conhecer mais de vinte idiomas, criou sua própria língua. Felizmente para nós, o diálogo está em português — o português, língua imortalizada por figuras como Lucchesi e vitalizada por poetas como Hugo.
Ante uma reprodução de Ivan Kramskoi: ‘Cristo no deserto’
por Hugo Langone I Sabemos: ao fim de dezembro jaz o céu rasgado. Atravessou-o há um pouco um Deus, a alegria de Deus cindiu-o. Homens, o sorriso divino não se conteve na noite, os anjos vieram de arrasto: o júbilo…
Por que se escreve: por que a literatura
A experiência artística recorda ao homem sua vocação à grandeza e sua pequenez, as quais convivem e devem conviver em tensão. Eis, portanto, não apenas o porquê de a experiência criadora de um indivíduo vir a expressar algo a outrem, mas também o porquê de a literatura ser algo incontornável.
Três poemas inéditos de Hugo Langone
O Estado da Arte publica três poemas inéditos de Hugo Langone.
A educação pelo assombro: uma conversa com Catherine L’Ecuyer
Em entrevista exclusiva, a educadora canadense afirma: "Quando educamos, transmitimos quem somos. Não são os métodos e os dispositivos que educam, mas as pessoas que estão com a criança no dia a dia".
Quem chamará de poesia três versos?
Slogans e frases de efeito são hoje publicidade, não poesia. Que se dê àquela o nome desta é o anúncio da devastação de uma cultura – e, cedo ou tarde, o tempo revela os escombros.