“A língua é muito mais do que o veículo de uma expressão articulada de signos — é o lugar do pensamento e do imaginário, no qual concebemos e guardamos todos aqueles bens culturais, simbólicos e afetivos dos quais lançamos mão para compreendermos ao mundo, a nós mesmos e ao outro.” Por Márcio Scheel, um ensaio sobre a tradução; sobre pensar a língua.
"Nosso eu, nossa consciência e, consequentemente, o sentimento extremado de nós mesmos e da gratuidade de nós mesmos e do mundo exigem que reconheçamos que não somos mais do que a experiência inescapável da solidão, que nos forja, a um só tempo, com o sentido da angústia, do abandono e da incompletude — mas também com a necessidade, quase sempre irrealizável, de nos encontrarmos no outro, de nos realizarmos fora de nós mesmos, de nos doarmos, em alguma medida, ao mundo que nos abriga e que também é a extensão mais ou menos reconhecível de nós mesmos."
Com Kierkegaard e Camus, Montaigne e Pascal, Beckett e Baudelaire, um ensaio do Prof. Márcio Scheel sobre a solidão. É preciso amá-la — e saber deixá-la também.