Os bons artistas são capazes de enxergar uma linha a ser seguida em meio à sanidade do mundo. Sobre letras e artes, genialidade e loucura, um ensaio de Rafael Rocca.
A opressão e a liberdade e os diferentes amores subjacentes à noite, em diálogo articulado por Rafael Rocca entre a poesia hesiódica e a poesia angolana de Ana Paula Tavares.
"Que pode provar uma filha por uma mãe que se recusou a ser mãe para fazer parte da celerada organização de Heinrich Himmler?" Por Rafael Rocca, uma exploração sobre a sobrevivência de uma mente totalitária a partir da literatura de testemunho.
"Um velhinho, óculos grandes, olhos claros já um pouco glaucos pela idade, de baixa estatura, observava o salão, comendo aqui e ali um amendoim e tomando um copo de água. Outras duas cadeiras estavam ali, vazias, porém não ousei me acercar delas ou da mesa para, invasivamente, me sentar junto ao poeta. Dessa maneira, com um fio gelado arrepiado perpassando o centro de meu peito, comecei a andar pela livraria fingindo distração; na mão direita, empunhava o volume branco de Gullar."
Até que o convite a sentar e conversar partisse do próprio poeta. Um relato de Rafael Rocca sobre uma tarde com Ferreira Gullar.
Em literatura, como lidar com a zona cinzenta de personagens trágicos, marcantes, e que são, ao mesmo tempo, simples? Rafael Rocca enfrenta essa questão: partindo de dois romances judaicos do século XX — De repente, amor, de Aharon Appelfeld, e Shosha, de Isaac Bashevis Singer —, um ensaio sobre a personagem simples (que ganha dimensão para além de si mesma).