Os tradicionalistas vão ao paraíso

Uma estrutura muito arcaica e sombria do nosso próprio inconsciente coletivo: uma leitura de Guerra pela Eternidade — e de lugares centrais de nossa política —, por Rogério P. Severo.

por Rogério P. Severo

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Ao fundo, Julius Evola

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No livro Guerra pela Eternidade: o retorno do Tradicionalismo e a ascensão da direita populista (Editora Unicamp, 2020), o etnógrafo americano Benjamin Teitelbaum mapeou as conexões surpreendentes entre os pensamentos de Steve Bannon, Alexander Dugin e Olavo de Carvalho. Os três viram-se subitamente alçados aos círculos mais influentes dos governos de seus respectivos países nos EUA, Rússia e Brasil. Nesse trabalho de jornalismo investigativo, Teitelbaum oferece um relato do que descobriu entrevistando pessoalmente essas três personalidades e lendo uma parte do material escrito por elas e por seus mentores intelectuais. O elo que os liga é o chamado pensamento “Tradicionalista”, que tem como referências principais as obras do francês René Guénon (1866-1951) e o do italiano Julius Evola (1898-1974). O livro de Teitelbaum contém elementos valiosos para se entender algumas facetas dessa vertente da extrema-direita que ascendeu ao poder pela primeira vez nos últimos anos e à qual as categorias usuais de conservador e liberal não se aplicam adequadamente.

Teitelbaum foi levado a essa temática em razão de seu trabalho em etnomusicologia. Uma pesquisa que conduziu teve como objeto os apreciadores de um gênero musical pouco conhecido do grande público, chamado “neofolk”, que foi precedido nas décadas de 1980 e 1990 pelo “apocalyptic folk”. Esse estilo musical é bastante apreciado por jovens da extrema-direita europeia e norte-americana. Nas entrevistas que realizou, descobriu um pequeno subgrupo que se identifica como “Tradicionalista”. Estamos falando da franja da franja da extrema-direita, alguns dos quais ligados aos movimentos supremacistas brancos. Pouca gente ouviu falar dessas pessoas, em razão do seu número reduzido e da natureza por vezes esotérica de sua filosofia. Segundo Teitelbaum, as obras de Guénon e Evola que servem de referência para essa turma retomam uma antiga crença hindu, conforme a qual a humanidade passa por ciclos ou eras históricas, começando por uma idade de ouro que degenera para uma idade de prata, depois bronze e, por fim, ferro, a Kali Yuga, que é nossa era atual. Ao contrário da filosofia iluminista moderna, que consagrou a ideia de progresso, os Tradicionalistas acreditam numa inevitável decadência. No entanto, nessa filosofia o tempo histórico é cíclico e e não linear. Ao final de uma Kali Yuga, o ciclo recomeça. Das ruínas dessa nossa era de ferro, dizem, surgirá uma nova era dourada. Nem todos são assim otimistas, no entanto! É uma filosofia um tantinho lúgubre, digamos. Coerentes com seu fatalismo, Guénon e Evola não viam muito valor na participação política. Evola chegou a apoiar os fascistas na Itália no início do século vinte, confiando na eficácia de sua ação destrutiva, mas logo se decepcionou com seu materialismo e falso militarismo. A ação humana seria impotente de diante de ciclos metafísicos. O máximo que se poderia fazer, talvez, seria apressar a derrocada da era atual, embora mesmo isso talvez esteja além das possibilidades humanas. De uns anos para cá, versões modificadas do pensamento Tradicionalista defendidas explicitamente por Bannon e Dugin e por alguns dos alunos de Olavo de Carvalho passaram a alimentar esta possibilidade: haveria para eles um papel na política, se ao menos pudessem contribuir para apressar a destruição das instituições que sustentam a nossa época ou ajudar a preservar os princípios espirituais de nossa civilização, para que eles possam brotar melhor após o fim de nossa era.

Como os hindus, os Tradicionalistas clássicos também discriminam quatro tipos de pessoas ou castas: sacerdotes, guerreiros, comerciantes e escravos, que regeriam, respectivamente, as eras de ouro, prata, bronze e ferro. Os princípios espirituais da era dourada degeneram-se em virtudes guerreiras, que por sua vez degeneram para a busca do dinheiro, que por sua vez degeneram para os prazeres corpóreos. Em razão desse pensamento, aquilo que hoje tendemos a considerar como conquistas da modernidade (o bem-estar material, os avanços da medicina e da tecnologia, o pensamento científico, os direitos humanos e a democracia, por exemplo) são vistos por eles como manifestações de um estágio já bem avançado de degeneração espiritual, uma vez que sobrepõem a busca do prazer e da riqueza a princípios transcendentes e sagrados. Pode-se dizer que o pensamento Tradicionalista é, nesse sentido, antimoderno, anti-iluminista, anticientífico e anti-igualitário. O que eles valorizam é a transcendência e a espiritualidade, mas não exatamente do modo como estamos acostumados a pensar nesses assuntos aqui no Brasil. Guénon, por exemplo, converteu-se ao islamismo, ao passo que alguns Tradicionalistas menos conhecidos entrevistados por Teitelbaum aderiam a práticas hinduístas. O próprio Olavo de Carvalho foi iniciado no islamismo em 1986 e durante alguns tempo foi representante do shaykh Fithjof Schuon na tariqa (organização esotérica sufi) Maryamiyya do Brasil, na qual era conhecido pelo nome de Sidi Muhammad. Os detalhes mais sórdidos dessa história, que não acabou bem, estão relatados no capítulo 10 do livro de Teitelbaum, em resposta ao qual Olavo gravou um vídeo mais sórdido ainda.

Guénon e Evola são nomes pouco conhecidos e a influência de suas obras, reduzida. Isso teria permanecido exatamente assim fosse pela improvável ascensão concomitante de adeptos de suas ideias aos centros do poder político no Brasil, na Rússia e nos Estados Unidos. Na Turquia e na Hungria algo próximo disso aconteceu também. É improvável que Bolsonaro, Putin e Trump conheçam essa filosofia, mas é inegável que em seus respectivos círculos haja pessoas cujos pensamentos foram fortemente moldados por ela. Bannon, que é um adepto do Tradicionalismo, foi o principal estrategista político de Trump no início de seu governo e o coordenador de sua campanha eleitoral em 2016. Recentemente esteve por trás dos movimentos que levaram à invasão do Capitólio, sede do congresso americano. Peso análogo têm ou tiveram o ideólogo e escritor russo Alexander Dugin junto ao governo de Putin e o escritor e professor Olavo de Carvalho no início do governo Bolsonaro. A invasão recente da Ucrânia pela Rússia, por exemplo, pode em parte ser creditada à influência de Dugin nos círculos militares e governamentais de seu país. Olavo, por sua vez, chegou a ser convidado para ser Ministro da Educação, mas declinou e indicou Vélez Rodriguez em seu lugar, além do nome de Ernesto Araújo para o Ministério das Relações Exteriores. Um artigo de Araújo publicado em 2017 faz referência a Guénon e Evola e exalta a valorização dos princípios espirituais ocidentais que estaria sendo feita por Trump. Esse artigo sobressai-se pela natureza fantasiosa de suas especulações e é surpreendente que haja nos quadros do Itamarati alguém com tão pouco senso de realidade. Na página de Olavo de Carvalho na internet, mais especificamente na seção “alguns de meus gurus”, aparece o nome de René Guénon. As recorrentes críticas de Olavo às campanhas de vacinação podem ser vistas com decorrência do anti-cientificismo que é típico dos pensadores Tradicionalistas. E as críticas de Araújo à China, que culminaram numa crise diplomática que levou ao seu pedido de demissão do Ministério, decorrem diretamente de sua concepção mítica que tem da tradição ocidental.

No Brasil, após o falecimento de Olavo de Carvalho no início deste ano, ideias Tradicionalistas seguem sendo propagadas por meio do canal Brasil Paralelo. Olavo e diversos de seus ex-alunos podem ser vistos nos vídeos por eles produzidos. A rigor, as produções deste canal contêm uma mistura de pensamentos liberais, conservadores e tradicionalistas, com uma pitada de reacionarismo aqui e ali. A marca do pensamento Tradicionalista pode ser visto em declarações pontuais e no sentido geral de diversas de suas criações. Em uma série recente sobre “O Fim da Beleza”, por exemplo, a arte renascentista é descrita como marcando o início de um período de degeneração das artes. Ora, essa é uma ideia no mínimo estranha para quem efetivamente experimenta com os olhos e ouvidos a riquíssima produção artística desse período. Mas, se em vez de usar a sensibilidade estética para julgar, preferirmos dar ouvidos à palavra de René Guénon (ver, por exemplo, o capítulo 5 do seu A crise do mundo moderno), então pareceria que o Renascimento é mesmo uma ruptura com uma tradição espiritual antiga e marca o início do humanismo e do individualismo modernos, do qual decorreria a “verdadeira monstruosidade” que é a nossa civilização atual. Do mesmo modo, na sequência de vídeos sobre “O Fim das Nações”, apresenta-se uma defesa do valor das nações contra o que chamam de globalismo. Novamente, a insistência em comunidades e nações, cujas fronteiras protegeriam a propagação das suas respectivas tradições locais e evitariam a sua dissolução em uma ordem global universal, é uma marca do pensamento Tradicionalista. Os termos em que essas postulações são feitas nesses vídeos são exatamente os mesmos que os encontrados nos clássicos do Tradicionalismo ou em suas reencarnações no pensamento de Bannon, Dugin e Olavo, mas isso passa despercebido dos espectadores, que em nenhum momento são informados da matriz ideológica que molda o que estão assistindo.

O livro de Teitelbaum ajuda a entender o significado dessas influências recentes do Tradicionalismo entre nós. Em primeiro lugar, mostra que essa parte minoritária mas robusta da direita que ascendeu ao poder nos últimos anos não é propriamente conservadora nem reacionária. Há elementos conservadores e reacionários em seu pensamento, às vezes também fascistas, mas não é isso o que essencialmente são. Como recentemente lembrou o cientista político João Pereira Coutinho em uma bela entrevista ao programa Roda Viva, o pensamento conservador é essencialmente cético: duvida dos grandes projetos de transformação social baseados em ideais e utopias. Ações têm consequências imprevistas, por mais bem intencionadas que sejam, e razões são falíveis, por mais inteligentes que julguemos ser. Por isso, o conservador prefere endereçar as mazelas sociais (pobreza, violência, corrupção) por meio de reformas graduais, tendo como base aquilo que a experiência passada já mostrou funcionar. Uma parte do discurso e das ações promovidas, por exemplo, pelos ministros Tradicionalistas de Bolsonaro claramente não tem esse perfil. Os ataques virulentos aos tribunais superiores e ao Congresso Nacional, as aspersões lançadas contra as urnas eletrônicas (que a experiência passada mostrou que funcionam bem) e contra a vacinação da população, bem como o cultivo de uma imagem idealizada da ditadura militar brasileira não são indícios de conservadorismo. Não há ceticismo nessas atitudes, mas fervor militante, seguidamente acompanhado de um ânimo desestabilizador, agressivo e por vezes destrutivo. Isso tem sido lido por quase todos os comentaristas políticos brasileiros como um indício de não de conservadorismo, mas de reacionarismo. Essa foi, por exemplo, a leitura oferecida por João Pereira Coutinho na entrevista mencionada. O reacionário idealiza um passado inexistente: uma utopia pretérita. Alguns leem o slogan usado por Trump, “Make America Great Again”, como algo desse tipo. E há quem veja isso também no desejo de Putin de reviver algo como um império russo. O livro de Teitelbaum, no entanto, indica que a motivação ideológica dos Tradicionalistas que participam desses governos não é adequadamente descrita como sendo reacionária. Em vez de uma volta ao passado, o que os motiva é o avanço da destruição da ordem presente, para que princípios espirituais a-históricos, eternos, possam renascer das suas ruínas. O que os move é uma espécie de ligação direta e entre o esoterismo metafísico e a política. Isso ajuda a entender, por exemplo, a insistência de uma parte da nova direita nas chamadas “guerras culturais”, que são essencialmente disputas metafísicas sobre questões de fundamentos, valores e visões de mundo. Tópicos mais prosaicos, dos quais normalmente se ocupam os governantes (orçamento público, infraestrutura, planos de desenvolvimento, o preço do botijão de gás, etc.) são vistos por eles como preocupações típicas da mentalidade escrava e comerciante com o corpo e o dinheiro, em detrimento dos valores mais nobres da honra e do espírito. Isso também ajuda a entender uma parte (mas apenas parte!) do ímpeto notavelmente destrutivo do discurso e das políticas implementadas pelos respectivos governos desses países. Trata-se, nesse sentido, de uma guerra pela eternidade, movida por considerações de ordem metafísica e cujos efeitos mais imediatos consistem em solapar as instituições modernas que sustentam a nossa atual sociedade e nosso modo de viver. A destrutividade, nesse caso, não é um mero efeito colateral, mas um fim desejado. Com certeza há diferenças importantes nos pensamentos de Bannon, Dugin e Olavo a esse respeito, mas não se pode dizer que estejam ocultando suas intenções. Perguntado sobre suas principais aspirações e metas na vida, Olavo de Carvalho foi, como de costume, bastante explícito: “Eu vim para foder com tudo”.

Teitelbaum também mostra que embora haja elementos efetivamente fascistóides nos movimentos que levaram Bolsonaro, Putin e Trump ao poder, os pensadores e ideólogos Tradicionalistas que os apoiaram não se enquadram propriamente nessa categoria. O italiano Julius Evola, que viveu na época do fascismo italiano e o apoiou, é explícito a esse respeito, bem como Alexander Dugin. O fascismo tem características modernizantes que são indesejáveis aos Tradicionalistas: o uso ostensivo da tecnologia, a crença no progresso, a confiança nas soluções científicas para os problemas sociais e humanos. Para os Tradicionalistas, essas características do fascismo consagram precisamente os valores sombrios da nossa era, que em última análise celebra o corpo e a matéria acima do espírito. Do mesmo modo, a ideia de raça consagrada pelos nazistas é para eles excessivamente biológica e corpórea, materialista. Isso nos ajuda a entender por que pessoas como Ernesto Araújo e Olavo de Carvalho seguidamente dizem que o fascismo e o nazismo foram movimentos de esquerda, ou em rotularem pessoas como George Soros de “comunista”. Para eles, a alternativa ao comunismo não é o capitalismo, mas a valorização dos princípios transcendentes e eternos da Tradição. Eles concebem a política e a cultura não como um palco de disputas em que cada partido tem uma visão global ou universal para a humanidade (como é, por exemplo, a disputa entre liberais e socialistas), mas como uma arena de conflitos entre civilizações ou tradições, cada uma com seus valores particulares. Eles defendem um pluralismo de tradições ou civilizações, um mundo “multi-polar”. Alguns, como Dugin, concebem-se como parte de uma civilização ariana ou indo-europeia, cujos princípios foram quase completamente perdidos nas instituições, sobretudo as ocidentais, mas que talvez sobrevivam ainda em vertentes da igreja ortodoxa, ou algumas seitas muçulmanas (sufis) e hindus. Para Olavo e Bannon, é a religiosidade cristã das pessoas pobres do interior, pouco afetadas pela modernidade, que ainda preservaria os princípios dessa tradição.

Para alguns pode parecer que esse é um pensamento de tipo medieval. Mas mesmo isso seria inadequado de se dizer, ao menos se o que se tem em mente é o pensamento medieval ocidental, que foi essencialmente cristão. Não há tempo cíclico no cristianismo, e os princípios transcendentes do cristianismo são concebidos como encarnados ou como podendo se manifestar concretamente no mundo material em qualquer época. A ideia de progresso, tão comum ao nosso modo de pensar atual e à qual os Tradicionalistas são avessos, foi gestada no ocidente no interior da filosofia cristã medieval: a ideia de que a revelação divina não está escrita em leis ou documentos explícitos, mas inscrita no coração dos homens e progressivamente se revela à medida de nossa iluminação, é básica ao pensamento de São Paulo, por exemplo, e foi desenvolvida na Idade Média por filósofos como Abelardo (sobre isso, veja-se o livro de Tom Holland, Dominion: the making of the Western mind). A nossa ideia moderna de progresso moral deriva daí, bem como a ideia de progresso científico ou social. E é por isso que hoje tendemos a associar um valor negativo ao passado ao dizer, por exemplo, que certo pensamento é “medieval”. O pensamento Tradicional, nesse sentido, corre na contramão desse aspecto de nossa cultura cristã.

Lendo o livro de Teitelbaum, tem-se a impressão de estar-se desnudando uma estrutura muito arcaica e sombria do nosso próprio inconsciente coletivo. Como é possível que ideias tão estranhas e marginais, antidemocráticas, anti-científicas e com tão pouco senso de realidade, possam ter repentinamente subido aos lugares mais centrais e influentes de nossa política? Talvez seja o caso de reconhecer que há um anseio na população e que é espiritual e anti-materialista mas que não tem encontrado eco nas filosofias conservadoras, liberais e igualitaristas que dominam a cena pública contemporânea em países como o nosso. Nas sociedades seculares contemporâneas a manifestação pública de anseios espirituais tornou-se problemática, para falar como Charles Taylor (em Uma era secular). Em condições desse tipo não é de se estranhar que filosofias das mais esotéricas, vindas dos recantos mais longínquos de nosso imaginário metafísico, possam captar a mente de milhares e verem-se num ímpeto alçadas ao centro das atenções, à medida que satisfazem àquele anseio oculto. Filosofias esdrúxulas, como o Tradicionalismo, apenas podem servir de veículo para impulsos desse tipo se alternativas melhores fazem-se ausentes da cena pública. Teitelbaum, ao menos, parece acreditar que o trabalho paciencioso e difícil de escutar e dialogar, trazer à luz, pode ser proveitoso na compreensão do que está havendo, e esse parece ser o mérito principal desse seu trabalho.

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(Reprodução)

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P.S. Agradeço à leitura e aos comentários dos colegas e amigos Dirceu Reis da Silva, Tatiana Schmitt Barbosa, Mariana Garcia Vasconcellos, Gilson Olegario e Jorge Chaloub. Este último enviou-me comentários críticos que não pude adequadamente incorporar a esta resenha, mas que são valiosos demais para não serem mencionados. Ele argumenta que a distinção entre Tradicionalismo e conservadorismo feita acima é mais nítida que aquela que se pode traçar entre Tradicionalismo e reacionarismo, pois os reacionários clássicos geralmente associam um passado idealizado a um diagnóstico catastrófico do presente, embora esse passado idealizado não costume ter as conotações transcendentes que têm para os Tradicionalistas. Além disso, o professor Chaloub salienta o caráter eclético do pensamento de Dugin e Olavo (este também influenciado pelo conservadorismo brasileiro e norte-americano; ver mais em Chaloub, “A América Latina como um outro: um discurso da direita brasileira”).

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