O desentendimento das culturas africanas deu origem, entre algumas assim ditas “elites intelectuais” ocidentais, a comentários infames do tipo “Mas onde está o Shakespeare africano?”, “Nunca ouvi falar de um Tolstói zulu”. O fato é que qualquer um que tenha alguma familiaridade com bens culturais da África negra sabe que estes são tudo menos erupções meramente instintivas e espontâneas.
Uma nação precisa se refazer periodicamente; a Terra, afinal, pertence aos vivos.
É indiscutível que o fator africano entra no modernismo brasileiro – quer em sua vertente artística (Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Raul Bopp), quer na ensaística (Gilberto Freyre) – como objeto estético ou científico, jamais como agente criador
Os cantos dos escravizados sempre foram comuns a ouvidos europeus no Brasil, no entanto não parecia prudente atribuir àqueles cantos o caráter de arte lírica.
Alguns ciclos lunares antes, homens e mulheres haviam sido aportados naquela terra estranha, que exibia alguns elementos da terra natal.
Ao contrário do que se acreditou, os povos "primitivos" não apenas tinham a noção de individualidade como esta se constituía no núcleo da vida espiritual e social dos seus integrantes.
É preciso lembrar que a homogeneidade cultural que se atribui à África é uma noção ilusória.
O século XXI precisa despertar do sono profundo que permitiu a contaminação da História pelas teorias racistas.
Ao contrário do que imaginamos, a história da escrita na África estende suas raízes até tempos bem mais remotos.