Brian De Palma é mesmo o herdeiro de Hitchcock, porque age como o mestre: pensa cinematograficamente.
Não é todo dia que se pode ter acesso, com um simples click do controle remoto, aos dois mais recentes trabalhos de um grande realizador, um cineasta sempre original em sua proposta estética, política e existencial.
Muito se escreveu sobre“Moonlight” ser a jornada de um negro, pobre e gay em busca de sua identidade. Considero essa uma leitura simplista da ambição estética e filosófica do diretor Barry Jenkins.
Espelho de uma sociedade que celebra o vencedor, mas também se abre para a possibilidade da segunda chance, o cinema americano dificilmente abre mão de fórmulas que possam confirmar ambos.
No ponto de virada possível da narrativa de Elle, se é que se pode dizer que há um, vê-se a pragmática empresária Michéle Leblanc dirigindo seu SUV por uma estrada.