Quando se fala no uso da palavra como invocação guerreira, impossível não lembrar aquela cena de Shakespeare, em que o jovem Henrique V incita as tropas inglesas à camaradagem heroica, antes da batalha de Agincourt.
Tivesse César sobrevivido, teria ele se tornado de fato César, o personagem mítico cuja morte ainda recordamos hoje como um dos eventos cruciais da História?
Em uma chuvosa noite de verão em 1936, no plácido balneário de Key West, Flórida, meu poeta favorito levou um soco no meio da cara.
O Estado da Arte dá seguimento ao dossiê "Por que a beleza importa", inspirado no livro e no documentário do filósofo britânico Roger Scruton.
"Ora, ora, vejam só", disse Deus de Si para Si, contemplando a operosa humanidade, nos tempos pitorescos em que nossos ancestrais bíblicos ainda molhavam os pés nos charcos remanescentes do Dilúvio; "os humanos formam um único povo e têm uma única língua; e, assim sendo, tudo o que tentarem realizar estará dentro de seu poder.
O conto – assim como as opiniões nuançadas, as amizades apartidárias, a lógica aristotélica, o uso da vírgula no vocativo... – é uma das vítimas levianamente sacrificadas em certos altares do gosto contemporâneo.
Assim como o Universo, naquele infinitamente citável poema de T.S. Eliot, a tragédia de Romeu e Julieta também acaba em um gemido, mas, para que esse gemido traga consigo a máxima concentração de desalento, a peça tem de começar com uma explosão.
Conforme nos garante a sabedoria vernácula, não há nada mais sem graça do que explicar uma piada. E tanto menor será a graça quanto mais minuciosa for a explicação; sob esse ponto de vista, o jazigo do humor é a nota de rodapé.