A força do audiovisual brasileiro em Berlim

Cena do filme Todos os Mortos, que concorre na mostra principal do Festival de Berlim (Foto: Reprodução)

Por: Camila Gonzatto

A 70ª edição da Berlinale incui um total de 19 filmes brasileiros. Um deles, o longa-metragem “Todos os Mortos”, concorre ao Urso de Ouro.

Apesar dos recentes cortes de investimento no audiovisual brasileiro, uma quantidade recorde de filmes nacionais será exibida nesta edição do Festival Internacional de Cinema de Berlim, a Berlinale. Segundo o cineasta e programador Eduardo Valente, que exerce a função de delegado da Berlinale no Brasil, embora isso possa parecer um paradoxo, o alto número de filmes em um festival de grande porte como esse, mesmo em tempo de absoluta crise do setor no Brasil, é resultado da política audiovisual construída no decorrer dos últimos 15 anos.

“A maioria desses filmes exibidos agora começou seus processos de escrita, desenvolvimento e financiamento entre 2015 e 2017. Vários deles são fruto de editais que não existem mais, entre eles um voltado para filmes com potencial internacional e importância artística, suspenso ainda no governo Temer. Outras produções foram feitas com editais de arranjos regionais, que também estão complicados no momento. E vários filmes são reflexo do trabalho constante de internacionalização e da política de coprodução internacional”, analisa Valente.

Para a cineasta Laís Bodanski, presidente da Spcine (iniciativa da cidade de São Paulo voltada para o desenvolvimento, o financiamento e a implementação de programas e políticas para os setores de cinema, TV, games e novas mídias), a presença brasileira na Berlinale “dá provas de que o audiovisual brasileiro tem excelência. Quem no Brasil não reconhece isso, está na contra-mão. O audiovisual segue firme e forte”.


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A cobertura da Berlinale é uma parceria Goethe-Institut e Estado da Arte

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