Por: Ula Brunner
Tradução: Renata Ribeiro
Aspirações, filmes escandalosos e uma estrela com um saco de papel na cabeça: a história deste festival não poderia ser melhor
Berlim, bairro de Steglitz, cinema Titania Palast, 6 de junho de 1951. Foi um início especialmente festivo, com a apresentação da Filarmônica de Berlim, o discurso do prefeito da cidade, Ernst Reuter, e a exibição do filme inaugural do primeiro Festival Internacional de Cinema de Berlim: Rebecca, de Alfred Hitchcock. O sucesso de bilheteria já havia sido lançado em 1940, mas esta foi sua estreia na Alemanha. A cidade aplaudiu: Joan Fontaine, a atriz principal, foi recebida com um desfile de flores, milhares de pessoas se juntaram nas ruas.
O brilho e o glamour finalmente haviam voltado à metrópole ainda destruída pelas bombas. Desde o início, a “Berlinale” deveria representar um sinal político na cidade dividida em setores e ser uma “vitrine do mundo livre”. Apesar da crítica por parte de Berlim Oriental, em função da exclusão dos filmes de países socialistas do programa oficial (que perdurou até 1974), o festival foi um grande sucesso e já no ano seguinte as exibições foram transferidas para o bairro central de Charlottenburg.
Os diretores: quem se manteve por muito tempo? E quem saiu rapidamente?
Em seus 70 anos de história, a Berlinale passou por cinco mudanças de diretoria. Antes da atual liderança dupla atual de Carlo Chatrian e Mariette Rissenbeek, o festival foi dirigido durante 18 anos por Dieter Kosslick. Foi ele quem consolidou a fama da Berlinale como festival voltado ao público e ancorou o filme alemão na competição. Durante 22 anos, de 1979 a 2001, o destino do festival ficou nas mãos de Moritz de Hadeln. Em sua era, o festival fez sua mudança para a Potsdamer Platz em 2000.
O diretor que permaneceu por mais tempo no cargo foi Alfred Bauer. Durante um quarto de século, de 1951 a 1976, o jurista e historiador do cinema conduziu o jovem festival através do período durante e posterior à Guerra Fria. A suspeita de Bauer ter sido um alto funcionário da burocracia nazista do cinema durante o regime nazista só foi divulgada recentemente, com base em pesquisas feitas pelo semanário Die Zeit. Este é o motivo pelo qual o Prêmio Alfred Bauer foi extinto em 2020. Na época em que Bauer se aposentou, ele entregou a seu sucessor, Wolf Donner, um festival consagrado. Donner, por sua vez, foi responsável por muitas reviravoltas nos três curtos, porém agitados anos em que dirigiu o festival. Ele ajudou a Berlinale a estabelecer um festival de cinema infantil (hoje a seção Generation). Além disso, transferiu o festival para o inverno!
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