Carta de amor a Berlim

Paula Beer e Franz Rogowski no filme “Undine”, de Christian Petzolds | Foto (detalhe): © Hans Fromm / Schramm Film

Por Ieva Šukyt?

Christian Petzold participa mais uma vez da competição do Festival Internacional de Cinema de Berlim com uma nova interpretação do mito de Ondina, cujo epicentro é Berlim

“Se você me deixar, vou ter que matar você”, diz Undine (Paula Beer) a seu namorado Johannes (Jacob Matschenz) em um café perto do Museu da Cidade de Berlim. Depois de três filmes dedicados a temas históricos, o diretor alemão Christian Petzhold, considerado um dos representantes da escola de cinema berlinense, aborda um tema mítico, escolhendo para isso a narrativa mitológica de Ondina como eixo central de seu filme.

Mito da cidade e mito de uma mulher

Undine é historiadora e trabalha como freelancer conduzindo visitas guiadas no Museu da Cidade de Berlim. O nome Undine, Ondina em alemão, e a primeira cena do filme já revelam que Undine não é uma simples mulher, mas uma conhecida figura mitológica. A história é baseada tanto em narrativas do Romantismo alemão, quanto no conto Undine geht (Ondina se vai, 1961), da escritora austríaca Ingeborg Bachmann. Nele, a autora dá voz a Undine e fala a partir de sua perspectiva. Undine não quer voltar para o lago do qual um dia saiu, mas também não quer matar o homem que a traiu com outra mulher. Em vez disso, quer viver na cidade que ela conhece tão bem e ali achar o seu amor. Um dia, depois de uma visita guiada, Christoph (Franz Rogowski) a segue até um café, onde ele salva Undine de um aquário que se estilhaça. Entre os dois protagonistas surge um amor acompanhado por despedidas saudosas na estação de trem, mergulhos subaquáticos e narrativas sobre a história de Berlim.


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A cobertura da Berlinale é uma parceria Goethe-Institut e Estado da Arte

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