Por Chen Yun-hua
Pak e Hoi são exemplos de patriarcas zelosos por suas famílias, que se encontram por acaso em Hong Kong e se apaixonam. “Suk Suk” explora esse romance de maneira terna e sensível
O diretor Ray Yeung, nascido em Hong Kong, apresenta na Berlinale o longa Suk Suk, um filme sobre o amor tardio entre dois homens com idade para serem avôs. No dia a dia, eles se sentem rejeitados pela sociedade, mas, mesmo assim, tomam a liberdade de se entregar ao romance e ao amor. É um filme sobre o direito de amar em idade avançada.
Ray Yeung, você conhece o livro de Travis Kong “Histórias orais de homens gays idosos em Hong Kong”. Como chegou a seu filme?
Travis Kong é um amigo meu. Seu livro contém entrevistas de homens homossexuais entre 60 e 80 anos – esse assunto nunca tinha sido tema de um filme antes. Eu me encontrei com alguns deles, o que me levou ao grupo de apoio “Gay and Grey” (gay e grisalho). O roteiro é uma mistura baseada em conversas com eles e em minha própria imaginação.
Os membros das famílias dos personagens são todos emocionalmente muito reservados no filme. Quais foram as suas razões para apresentá-los dessa forma?
Eu queria mostrar um ambiente familiar amoroso e responsável, que para os dois protagonistas fosse difícil abandonar. O proverbial elefante na sala, de que todos sabem, mas sobre o qual ninguém fala, devia ser visto. O casamento da filha de Pak é uma homenagem ao diretor Ozu, a quem amo: pais casando suas filhas são um elemento importante nos filmes dele.
O drama explosivo que o filme retrata é algo que não vemos com frequência na vida real. Quando as pessoas brigam, elas brigam sobre coisas menos importantes. E evitam abordar a questão diretamente, sobretudo nessa idade. Justo essa situação em uma típica família chinesa foi o que eu quis explorar.
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