Por Camila Gonzatto
Sara Silveira, produtora do filme que concorre ao Urso de Outro da Berlinale, clama por resistência e diz que não vai desistir.
Na coletiva de imprensa que sucedeu à exibição do longa Todos os Mortos, a equipe do filme reiterou a importância da produção audiovisual brasileira e o risco que esta está correndo em função das medidas de desmonte da cultura que o atual governo brasileiro tem executado. “Enquanto eu viver como mulher – tenho 69 anos –, eles terão que ouvir o que tenho a dizer, porque estarei lutando. Não preciso de armas, preciso de amor, coragem e momentos heroicos. Iremos resistir e vencer. Todos nós artistas estamos gritando por liberdade, democracia e resistência”, afirmou Sara Silveira.
Todos os Mortos é um filme situado na transição do século 19 para o século 20, poucos anos após a Abolição da Escravatura e a Proclamação da República. “Queríamos pensar sobre como a estrutura social daquele momento histórico é ainda muito presente na sociedade de hoje”, disse Caetano Gotardo, que dirigiu o filme juntamente com Marco Dutra. Uma das estratégias dos diretores para ligar o passado e o presente foi utilizar imagens e sons da São Paulo atual nas cenas externas, criando uma sobreposição de tempos.
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