Veja aqui o primeiro post com o vídeo sobre a busca pela felicidade na Filosofia grega
por Eduardo Wolf
Em que consiste nossa felicidade? A pergunta, possivelmente uma das mais antigas que os homens têm feito, deu origem a uma quantidade tão variada e, por vezes, tão contraditória de respostas que não chega a espantar que sigamos todos, ainda hoje, sem bem o saber. Em parte, essa pluralidade de respostas possíveis ao problema de saber o que é uma vida humana boa e feliz, plenamente realizada, está na raiz de tantas grandes obras do pensamento humano: filósofos e artistas de todas as épocas refletiram sobre o tema, tentando oferecer alguma explicação conceitual para uma fenômeno que pode ser experimentado por qualquer ser humano, mesmo aqueles que jamais se entregaram a especulações filosóficas sobre esse assunto.
O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C) legou-nos uma das mais vigorosas análises do fenômeno da plena realização de uma vida humana, coisa a que os gregos davam o nome de eudaimonia. Em seus tratados dedicados ao que chamamos de filosofia moral, a Ética a Niômaco e a Ética a Eudemo, Aristóteles analisou a noção de eudaimonia, termo traduzido geralmente em todas as línguas modernas por “felicidade”, avaliando diferentes “candidatos” a esse papel. A ele devemos a ideia de que a vida humana tem um propósito, de que a realização desse propósito de acordo com nossa natureza é o bem maior a que nós, seres humanos, podemos aspirar, e de que essa realização plena de nossa natureza – a realização do bem humano – é, ao fim e ao cabo, a vida feliz.
Dizer tudo isso acerca do bem humano e da felicidade para Aristóteles é, seguramente, acertado e consensual. Contudo, nada disso esclarece, na prática, o que é realizar esse bem, ou viver a vida feliz. Devo buscar uma vida honrarias? Uma boa vida é a que aumenta ao limite meu prazer? Seremos, portanto, escravos dos sentidos para realizarmos nossa felicidade?
No vídeo acima, do canal da Casa do Saber no YouTube, comento brevemente alguns aspectos do argumento inicial de Aristóteles acerca do bem humano. É menos, até, do que uma breve introdução ao seu refinado e complexo pensamento sobre a dimensão moral de nossa vida: é um convite para que o leiamos com todo interesse.