Há poucas cidades nas quais o amadorismo musical é tão difundido quanto aqui. Todo mundo toca, todo mundo faz aula de música. Não é preciso dizer que, dada essa multidão, temos alguns excelentes diletantes; contudo, já não são tão comuns quanto outrora. A música é considerada como uma coisa fácil demais, algo que se pratica incidentalmente, e a habilidade das pessoas é geralmente superestimada, embora no fim, evidentemente, o termo dilettante seja oferecido como uma desculpa e a coisa toda é levada num espírito de galanteio e bon ton. Ainda assim, a verdade é que os genuínos apreciadores e amigos da música – bem entendido, da música enquanto arte – são mais numerosos do que os estrangeiros costumam supor. A razão pela qual são tão pouco comentados em outros lugares talvez decorra do fato de que eles mesmos façam pouco barulho, preferindo celebrar e gozar com seus ídolos discretamente. Os chamados “concertos privados” (a música na casa dos mais abastados) são legião aqui durante de todo o inverno. Não há um só feriado ou aniversário que passe sem uma performance musical. . . .
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