por Leandro Oliveira
“Eu costumava me ver como uma espécie de músico, mas chegou um ponto em que pensei: não, na verdade, esse não sou eu. Eu sou muito menos glamouroso. Eu sou uma dessas pessoas com jaquetas de veludo e patches de cotovelo. Foi uma verdadeira depressão.”
Após Bob Dylan, a academia sueca concede o prêmio de literatura ao escritor britânico Kazuo Ishiguro – um das figuras mais musicais do mundo da literatura contemporânea. E por “musicais” dizemos não de vontades interiores, o ritmo de sua prosa ou a atmosfera sofisticadamente intimista de suas narrativas; sequer contamos com a referência a “Noturno – Histórias de música e anoitecer”, título de seu último livro de contos sobre instrumentistas e amantes da música. Objetivamente, Ishiguro é também um homem do mundo da música: se há dúvidas, basta ouvir algumas entre as tantas colaborações para canções de Stacey Kent.
O autor de “Vestigios do Dia” é responsável também por esse texto delicioso, cole portiano, “Ice Hotel”.
Let’s you and me go away
to the Ice Hotel
The Caribbean’s all booked out
and it’s just as well
While I’d have been much keener,
on Barbados and Antigua
But just now I think the arctic
will suit us well
Let’s you and me go away
to the Ice Hotel
We’ve built it all with ice
that’s pure and clear
The sofas, the lobby,
even the chandelier
A thermostat guarantees
a steady minus 5 degrees
What other place could serve
our needs so well?
Let’s you and me go away
to the Ice Hotel
Romantic places like Verona or Paris
they’ll always lead you astray
You’d have to be a novice
to ever trust Venice
and those dreamy waterways
And what the tropics can do
I know only too well
So let’s you and me go away
to the Ice Hotel
Outras canções: “”I Wish I Could Go Travelling Again”, “Breakfast on the Morning Tram” (do álbum “Breakfast on the Morning Tram” de 2007), ou “The Summer We Crossed Europe In the Rain” e “The Changing Lights” (do álbum “The Changing Lights” de 2013), ambos com Stacey Kent.
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No concerto posterior ao lançamento de sua temporada 2018, a Osesp traz ao público brasileiro o violinista Luiz Fílip – nosso homem em Berlim. Músico da Filarmônica local, Luiz é o solista para a estreia mundial do “Museu das coisas inúteis” do compositor gaúcho Celso Loureiro Chaves.
O programa inclui ainda com a “Sinfonia nº1 em Dó Maior, Op.21” de Ludwig van Beethoven e contará com bate-papo com os artistas após a performance.