“Ensaios sobre o Mal”: acompanhe a série do psicanalista Felipe Pimentel

Do ressentimento à inveja, passando pelo ciúme e pela covardia, esta série aborda as diferentes faces do Mal não por conceituações psicológicas, mas por meio de manifestações da arte e do pensamento, sempre tão precisas na sua capacidade de ilustrar os dramas humanos.

Poucas perguntas soam tão extemporâneas quanto esta: O que é o Mal? Não somente pela superação do binômio bem-mal na contemporaneidade, mas também por, ao colocá-lo em maiúscula, supor o mal uma entidade. Caberia essa dúvida em uma época tão repleta de incertezas, tão frágil em suas regulações morais, diagnosticada e devastada pela filosofia nietzscheana além do bem e do mal? Nesta série de ensaios, em vez de buscarmos complexas e inacessíveis conceituações psicológicas para tratar desse tema, recorrendo a autores da história da psiquiatria ou da psicanálise, buscaremos manifestações da arte e do pensamento, sempre tão mais precisas e geniais na sua capacidade de ilustrar os dramas humanos.

No ensaio introdutório de sua série, Felipe Pimentel defende que, em meio a toda a engenharia da alma atualmente vigente, que procura de modos finos extirpar da natureza humana toda sua maldade, parece pertinente retomarmos nossas pequenas vilezas, “não como um modo perverso de nos acusar alguma imperfeição, porém, pelo contrário, como um modo de nos reconhecermos, talvez um pouco mais falhos, mas acima de tudo humanos.”

Felipe Pimentel é historiador e psicanalista. Além dos “Ensaios sobre o Mal”, assina no Estado da Arte a coluna “Ideia de Brasil”, com textos dedicados a reflexões sobre a Nova República.

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