Como a história do século XX ilustra – e na Europa de forma evidente –, uma crise nunca tem uma via única de resolução. O futuro reconstrói-se após cada crise, quando novas oportunidades se abrem para a reinvenção com a criatividade e o livre arbítrio que só a humanidade tem para decidir como o quer moldar.
Escrevo semanas à frente, semanas estas que podem tornar a realidade muito mais dramática. Da Inglaterra, penso neste texto como uma carta escrita a você, leitor. Uma carta que não poderia deixar de ser pessoal, com impressões fragmentadas, e sem o benefício de grande distanciamento físico, emotivo, ou intelectual.
O mais importante durante a crise que teremos pela frente é garantir o salvamento do maior número possível de vidas, com base em critérios eticamente aceitáveis e que tenham sido amplamente debatidos pela sociedade como um todo.
Seria vida esse intervalo de vida, ou somente uma pausa insuportável? Por acaso esse fato estranho nos ajudará a viver melhor o resto de nossa história? O que faremos no dia seguinte? Seremos os mesmos? Haveremos aprendido alguma coisa? Não seria absurdo que haja sido em vão?