É cruel, injusto, viver mais do que Mozart e não produzir algo como Don Giovanni ou Così fan Tutte ou a Sonata para Piano K.331. Quando tudo na vida desaparece, assim, sem razão, como o próprio Mozart partiu um dia, um ensaio de Ary Quintella sobre música e memória, finitude e permanência.
A partir da culinária, em mais uma Carta da Malásia, Ary Quintella — diplomata brasileiro em Kuala Lumpur — traz um pouco de história e cultura e textos e contextos sobre o país asiático. Um texto sobre distância geográfica, diferenças culturais e aproximações possíveis.
Na Malásia, lendo o comentário de um poeta local, Ary Quintella — diplomata brasileiro em Kuala Lumpur — passou a se perguntar se o lugar de escritor brasileiro mais consagrado nos meios literários já não teria sido ocupado por Clarice Lispector — a Clarice, que, desde Montevidéu, já fazia parte de seu cotidiano familiar. O fascínio de Clarice, iniciado em Montevidéu e cristalizado em Malaca, por Ary Quintella.
"Poucas horas depois de ter ouvido Hafiez falar com nostalgia de seu encontro com o tubarão-baleia em Tenggol, li sobre a visita da rainha Elizabeth II e do príncipe Philip a Mustique, em 1977: 'the Duke of Edinburgh really enjoyed snorkelling among the sharks'."
Mais uma Carta da Malásia, assinada por Ary Quintella, diplomata brasileiro em Kuala Lumpur.
Em mais uma Carta da Malásia, Ary Quintella — diplomata brasileiro em Kuala Lumpur — fala sobre Fraser's Hill. A Petrópolis dos Mares do Sul? Em Fraser’s Hill, não há avenida Koeller e nem palácio do Grão-Pará. (Há, porém, entre a culinária e o parlamentarismo de estilo Westminster, um tanto da herança colonial.)
"Os Anais Malaios, em suas 200 páginas, são uma epopeia do povo malaio; uma crônica sobre o Sultanato de Malaca, fundado em torno ao ano 1400, eliminado pela invasão portuguesa em 1511 e que, no seu apogeu, no final do século XV, foi uma potência regional; uma genealogia, às vezes fantasiosa, dos soberanos; narrativas sobre intrigas em diversas cortes do Sudeste asiático; relatos de guerras e de embaixadas; e veículo de transmissão de antigas lendas. Foi essa a companhia que escolhi para ir comigo a Langkawi."
Hoje, no Estado da Arte, a segunda Carta da Malásia, do diplomata brasileiro Ary Quintella.
"Desde que cheguei à Malásia, no final de janeiro, ficou reforçada em mim uma indagação presente desde a adolescência, sobre quão parecida ou diferente a Ásia seria do Ocidente. Essa questão conduz a outra, que é a de entender se há algo que caracterize a Ásia, que a torne um continente diferente dos outros. O que faz da Ásia a Ásia?" Iniciamos hoje a série Cartas da Malásia — relatos, crônicas, textos e contextos do diplomata brasileiro Ary Quintella, hoje em Kuala Lumpur. Cartas da Malásia, enfim. Muito apropriadamente: "Cada país", afinal, "é a soma das suas fases históricas, e das etapas de sua evolução cultural, assim como cada ser humano carrega em si tudo o que já viveu."
"Ao mudar nossa própria vida, acabamos modificando também a nossa personalidade. Ao entender, frente a Le Mépris, que eu sentira desprezo por Veneza na primeira viagem, surpreendi-me. Pensava ter havido apenas, sempre, a admiração que hoje sinto. E então, em vez de saudosismo, senti reconforto de não ter mais 21 anos." Uma crônica do diplomata Ary Quintella.
A coleção literária Bibliothèque de la Pléiade, editada pela Gallimard, é a mais prestigiosa do mundo. Em setembro de 2019, Georges Duby entrou para a Pléiade, e o editor do volume com suas obras é um brasileiro: Felipe Brandi, entrevistado por Ary Quintella.