Como superar os limites das chamadas políticas identitárias sem deixar de reconhecer as condições concretas de sofrimento, ameaça e perigo a que podem ser submetidas as minorias em qualquer sociedade?
O que esperar da tão propalada "ameaça à democracia" representada pela iminente vitória de Jair Bolsonaro? Certamente, nada do que o século XX testemunhou. As comparações mais acuradas são bem contemporâneas.
O que pode resultar da atual tendência anti-intelectual, avessa à cultura, própria da sociedade contemporânea? Rodrigo de Lemos examina a questão para o Estado da Arte.
Como a obra de Pierre Bourdieu, que tanto alimentou a esquerda crítica em outros tempos, serve hoje de munição para a direita religiosa em assuntos como o casamento gay e outras pautas de costumes?
Em "A Idade da Inocência", Edith Wharton escreve com nostalgia e ironia sobre a Gilded Age americana (1865-1901), dando vida a uma Nova York ainda longe de ser um centro cosmopolita e a capital do mundo.
Onde estaria o rebaixamento das culturas africanas na arte europeia, denunciado pela união improvável de militantes e magnatas da indústria cultural?
Quantas vezes se suspeitou o esgotamento da arte por meio de sua tradução e de sua simulação em algo que lhe é tão fundamentalmente adverso?
A sociedade das crianças forjou um mundo das crianças, e o mundo das crianças, mais e mais autorreferencial, tende a se expandir e se tornar o mundo, porque sua própria existência barra o amadurecimento do gosto e o advento da vida adulta. Daí fenômenos como as plateias adultas lotando filmes infanto-juvenis e a cultura geek.
Na quinta e última parte do especial do Estado da Arte dedicado aos 50 anos do Maio de 1968, Rodrigo de Lemos examina o surgimento da "hiperdemocracia" e as novas sensibilidades sociais e individuais que marcam nosso tempo.