As alternativas maoístas assimiladas pela esquerda francesa eram desastrosas, mas as motivações de muitos que as defendiam no Ocidente eram genuinamente generosas.
"O maio de 68 parisiense punha em questão a cultura europeia e seus valores tradicionais; a Primavera de Praga era uma defesa apaixonada da tradição cultural europeia." (Milan Kundera)
Do pop à alta cultura, os universitários descobriam o Oriente. Entre a fascinação com o outro e a autoexpiação dos abusos do passado, a geração de 68 foi a última a receber o legado da cultura clássica e a primeira a não o transmitir.
No que consiste exatamente a linha divisória entre a retórica da direita vingativa e a moralidade islâmica da qual eles se propõem a defender suas sociedades no Ocidente?
A ideia de um dever de todos para com todos radica na crença de que Deus nos criou iguais. O poema "A giesta" aponta também para um igualitarismo constitutivo de todos, mas de outra maneira: somos iguais no nosso não-sentido.
Senhores de um Estado após dois milênios de errância, como é possível que os israelenses não tenham se cindido em uma geografia simbólica opondo Jerusalém e Tel Aviv, e em projetos conflitantes acerca da nação?
O discurso estereotipado e o empenho em esconder suas incertezas são as marcas do ideólogo. O equilíbrio entre o distanciamento e o engajamento é a virtude do intelectual.
É possível forjar um só povo a partir de um mosaico de comunidades imigradas?
Humanista de esquerda dotado de fortes convicções antitotalitárias, laicista amante dos símbolos da civilização cristã, France cultivava aquela independência na medida para desagradar a todos.