Se os críticos do tempo do classicismo desejavam conhecer tão de perto segredos de ateliê a ponto de dominarem as engrenagens da Beleza, a tentação dos hipercríticos contemporâneos é a de deixar-se encantar pelo jogo teórico e interno da própria crítica.
Rodrigo de Lemos analisa como a moral sexual cristã se tornou, no ambiente plural das democracias liberais modernas, apenas uma entre tantas moralidades possíveis - e por que isso incomoda os cristãos conservadores.
Rodrigo de Lemos analisa como a acusação de 'esteticismo', antes empregada por stalinistas para atacar artistas inventivos que não se curvavam ao realismo socialista, virou palavra de ordem tanto da direita católica quanto da esquerda identitária.
Em ensaio para o Estado da Arte, o crítico Rodrigo de Lemos escreve sobre Tom Wolfe e o desejo de dar aos americanos uma literatura tipicamente americana.
É, de fato, um prodígio que, em dois milênios, tenhamos estendido o ideal da liberdade de um luxo reservado a uma minoria de cidadãos em alguns potentados antigos escravagistas a direito e condição inalienáveis das massas pós-industriais.
A mostra 'Queermuseu' instrumentalizou moral e politicamente as obras de arte que exibia. Seus críticos responderam na mesma moeda, com moralismo e política. Perde a arte.
Estaríamos nos dirigindo a um mundo tribal de pequenas maiorias tirânicas em que a justiça pelas redes sociais estabelece o acusado de certos crimes ser culpado por ele ser quem é?
A ascensão de Emmanuel Macron ao trono presidencial pôde parecer a alguns intelectuais uma lufada de ar fresco. Mas o que se pode esperar de Macron em educação e em cultura?
Baudelaire teria apreciado essa maneira de fazer as palavras rondarem, sem poderem esgotar, esse estado inexprimível em que a delícia suprema do indivíduo sobrepõe-se ao momento extremo da sua própria aniquilação.