A partir das reflexões de Primo Levi — e de John Gray e Harry Frankfurt, e de estudos como os de Stanley Milgram e Solomon Asch —, Celina Alcântara Brod, escreve sobre o domínio da conformidade e da obediência acrítica.
“Arendt criticava sem dó. Incomodava, claro, e tinha coragem suficiente para não ceder em sua independência”. Por Adriana Novaes, um ensaio sobre Hannah Arendt e seu esforço para compreender — e sobre algumas incompreensões contemporâneas acerca desse seu esforço.
Partindo dos casos de estupro envolvendo o jogador Robinho e a influenciadora Mariana Ferrer, e da obra filosófica de Miranda Fricker, o Prof. Denis Coitinho escreve sobre o fenômeno da injustiça epistêmica e sobre a virtude da justiça no desenvolvimento de nossa sensibilidade epistêmica-moral.
"Por que razão existe alguém, em vez de não existir? Neste caso, a resposta óbvia é que essa pessoa existe porque os seus pais a conceberam. Porém, por que razão existem os pais dela? E os deles?" Um ensaio do Prof. Desidério Murcho sobre a perplexidade acerca da existência última da realidade.
Em tempos de sociedades fragmentadas, as circunstâncias do pluralismo e da complexidade trazem à tona profundos desacordos morais. Um ensaio de Denis Coitinho sobre o fenômeno dos desacordos — e uma defesa da tese de que o desacordo moral talvez não seja um real desacordo entre valores éticos, mas de outra natureza.
“Marx era suficientemente esperto, ou hegelianamente esperto, para saber que, se ele tivesse apenas uma parte da ciência, não estava ainda com ela. Pois a ciência não é como a Larissa, que eu pedi em namoro na quinta série e me disse que ‘ia pensar’, já há mais de trinta anos. A ciência é mais como um matrimônio, no qual se diz sim; e então uma nova fase começa. Só que, no caso dos filósofos, são eles que ainda estão pensando”. Por Arthur Grupillo, o mínimo que você precisa saber para não ser um completo ideólogo.
Na parceria do Estado da Arte com a ANPOF, um ensaio de Maurício Vieira Martins sobre o impacto da obra de G.W.F. Hegel. É impossível não lembrar de Hegel.
"É precisamente porque não é fácil nem simples descobrir o que tem realmente valor que é implausível pensar que os valores são subjetivos." Por outro lado, qual é sua natureza própria, seu estatuto epistemológico? O que é pensar moralmente? Um ensaio de Desidério Murcho sobre um fenômeno que nos é crucial: os valores.
Em tempos de confusão entre os tipos de argumentos que permitem uma avaliação crítica e moral de fatos históricos, Filipe Campello articula uma defesa da filosofia, tão deixada de lado em debates recentes.
"Precisamos abandonar uma visão essencialista da história, de pretender que o passado traga em si respostas para o futuro, e assim poder encontrar na filosofia a possibilidade de abrir novas perspectivas e novos vocabulários para alargamento de nossa imaginação política. Apesar de suas contradições, é isso que vejo como estimulante no que chamo de aposta liberal: assumir de maneira incontornável o conflito próprio da pluralidade de visões de mundo. Esse é um tipo de postura que inclusive permite a crítica interna aos efeitos colaterais das ideais liberais sem precisar recorrer às mesmas imagens do passado."