De acordo com o que se conhece até o momento, são as condições e comportamentos da sociedade os maiores determinantes para a evolução da curva de casos de Covid-19. E é neste ponto que questões urbanísticas e de “urbanidade” fazem toda a diferença.
O mundo se depara com uma nova crise e, como quase sempre, não dispõe de um saber visionário infalível, capaz de discernir qual acervo de virtudes, caprichos ou fraquezas irá, ao fim e ao cabo, prevalecer. Mas, a essa altura, depois de tantos séculos de erros e acertos, uma coisa segura talvez possa ser dita com serenidade, prescindindo de pontos de exclamação e de interrogação.
O que explica a relevância estético-política que a referência a Israel adquiriu em um país em que apenas apenas 106 mil pessoas, ou 0,056% da população, se reconhecem como judeu?
Três perguntas do Estado da Arte para João Cezar de Castro Rocha, que, discutindo a guerra cultural bolsonarista, sugere a substituição da retórica do ódio pela ética do diálogo.
Durante os momentos duros em que agora vivemos, a legislação criada para combater a crise não pode ser, para nós, a presença má do arame farpado, que nos separa do constitucionalismo e de suas proteções.
Dentre todas as catástrofes da presidência Bolsonaro, a única positiva é a desmoralização do liberalismo. A frase é contraditória, mas é isto mesmo: a desmoralização do liberalismo é uma catástrofe e é ao mesmo tempo um lucro.
A resposta é mais simples do que se imagina: porque há uma pandemia e porque há um consenso de que o isolamento social é a medida mais eficaz para a mitigação dos problemas (números x tempo) originados de uma possível contaminação em massa.
Com o desprezo do lado político do conceito de liberalismo, nessa vulgata libertária, fica de lado, por exemplo, uma ideia civilizatória fundamental – aquela segundo a qual pertencer a uma ordem política e jurídica é desfrutar do reconhecimento da condição humana.
Em tempos de crise, o imperativo cultural clássico que demanda que as humanidades humanizem talvez seja exatamente o que torna o pluralismo possível. A neutralização antropológica de uma ideia de cultura, ao postular essa neutralidade mesma, não leva à tolerância, porque incapaz de derivá-la de qualquer fundamento sólido.