Vencer a invisibilidade do ser e estar no mundo, eis o desafio do poeta.
Trata-se de um poeta português sem passaporte, disse-me o meu editor Alfredo Aquino, leu teu livro e quer te conhecer. E assim entramos na cafeteria do Bom Fim na qual Paulo José Miranda nos esperava...
Como é comum aos poetas, o excesso verbal lhe fazia afrouxar a tensão da linha, parecia não ser afeito às maratonas dos romances.
Durante um ano percorri escolas da rede pública do interior do Rio Grande do Sul, a convite do SESC, num projeto chamado “Mais Leitura”, com a missão de falar sobre poesia para os anos finais do ensino fundamental, além de lhes apresentar os grandes poetas brasileiros.
O colunista do Estado da Arte analisa um poema de Carlos Drummond de Andrade.
Uma leitura é sempre um movimento particular que pretende se tornar público. Sua origem íntima a faz uma mescla de emoção, razão e memória, antes de ser tocada pelas teorias, ou aparatos históricos e culturais.
Nos últimos anos, tenho lido basicamente poesia. Sinto que perco, progressivamente, por este hábito, a habilidade de ler romances, que me parecem aborrecidos e lentos, uma espécie de grande atacado onde é preciso muito garimpar para achar um bom produto.
Jorge Luís Borges, com seu habitual chamado à ideia de que a humanidade é sempre a mesma, em cada uma de suas células vitais - a criatura humana -, escreveu no poema "Tu"
Em seu discurso ao receber o Nobel de Literatura em 1995, o poeta irlandês Seamus Heaney tocou num ponto que me parece essencial para a compreensão da experiência lírica: um poema é uma maneira de perceber o estar no mundo a partir de uma visão que é, ao mesmo tempo, estrangeira e particular.