O maior desafio daqueles que realmente entendem e defendem o liberalismo é saber lidar com duzentos anos de confusão histórica daqueles que se acham liberais, mas não são.
É preciso superar o embate crônico entre os bacharéis, que usam seu prestígio para manter privilégios, e a instituição militar, que se arvora em guardiã da ordem.
A prepotência das Ciências Exatas e Naturais está em só perceberem como verdadeiro o que pode ser mensurado matematicamente. A prepotência das Ciências Humanas e Sociais está na falácia de que não há pensamento crítico fora delas.
Não há surgimento de lideranças novas sem capacidade de abstração, conhecimento da história de seu povo e clareza a respeito dos valores sobre os quais ele se ampara.
É preciso superar o modelo consagrado por historiadores como Caio Prado Jr. que reduz a história nacional aos antagonismos entre Portugal e Brasil, metrópole e colônia, senhor e escravo, elite e povo, agricultura e indústria.
O nosso modelo federativo no início do século XX não foi acompanhado pelo avanço dos direitos do cidadão. Dessa forma, nasceu a ideia de que a descentralização servia para ampliar a desigualdade econômica.
Entrevista com Bolívar Lamounier, Daniel Aarão e Vinicius Müller para a Rádio Estado da Arte, em parceria com o Instituto CPFL.
A revolução não é necessariamente a mensageira da mudança. Quase sempre se mantém reproduzindo o que de pior existia na sociedade.