Editorial: Cinema, sempre cinema

Da Editoria de Cinema do Estado da Arte, em editorial assinado por Jeffis Carvalho e Miguel Forlin, uma reafirmação do total compromisso com a arte cinematográfica. De onde viemos, para onde vamos, e uma grande novidade. Cinema, sempre cinema.

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Há dois meses, assumimos a Editoria de Cinema do Estado da Arte. Na ocasião, dividimos com o leitor os objetivos e novidades desse novo momento. Acima de tudo, reafirmamos o nosso total compromisso com a arte cinematográfica.

Atualmente, entre outros acontecimentos, a “cultura do cancelamento” faz novas vítimas e a Cinemateca Brasileira corre o risco de extinção.  Dois assuntos da maior relevância, aos quais dedicaremos artigos exclusivos. Neles, vamos analisar cada um dos tópicos individualmente, com toda a atenção que os temas exigem. Enquanto isso, combatemos tais ameaças com o melhor remédio que temos em mãos: o próprio cinema.

O nosso compromisso se traduz em textos voltados ao âmago da realização cinematográfica, aos aspectos formais dessa expressão artística única. Para isso, contamos com um time diferenciado de colaboradores. José Francisco Botelho e Fabrício Tavares de Moraes, que já contribuem para o Estado da Arte, estrearam em nossa editoria com os primeiros textos de dois especiais. Botelho escreve sobre Grandes Refilmagens; Fabrício, sobre um marco recente da televisão, a série True Detective.

Tivemos o privilégio de publicar primorosos textos de dois dos maiores pesquisadores e críticos de cinema — o brasileiro Ismail Xavier, com O papel estratégico da crítica na formação do pensamento cinematográfico; e o australiano Adrian Martin, com Abbas Kiorostami (partes 01, 02 e 03).

Consolidamos a parceria com o site Persona Cinema, com textos de Leandro Costa e Lucas Petry Bender.

Da nossa parceria com a Foco – Revista de Cinema, publicamos um ensaio exclusivo de Matheus Cartaxo, Duas Antígonas, dentro do Especial Cinema e Fascismo, parceria do Estado da Arte com o projeto Bolsonarismo: Novo Fascismo Brasileiro, desenvolvido pelo Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP, o Labô.

Neste especial, publicamos os ensaios de Miguel Forlin sobre O Conformista, de Bernardo Bertolucci, e Salò, fascismo e o pecado de Pasolini, uma contribuição do jurista Anderson Vichinkeski Teixeira, colaborador do Estado da Arte. Também teremos, em breve, um ensaio sobre o filme O Espírito da Colmeia, de Victor Erice, por Jeffis Carvalho, além de textos de outros autores.

No mesmo especial, tivemos a estreia do jornalista e crítico de cinema Daniel Dalpizzolo, com um ousado artigo sobre um cineasta pouco divulgado no Brasil, o espanhol Pere Portabella. Daniel escreveu Censura, horror e subversão – a Espanha franquista pelo cinema de Pere Portabella. Aqui vale um registro especial. Adrián Onco, membro da equipe de Portabella, leu o texto, traduziu-o para o espanhol e mostrou para o diretor. Na sequência, enviou um e-mail a Daniel, no qual diz terem ficado impressionados com a qualidade da análise. E mais, que ele próprio organiza tudo o que é publicado sobre o diretor e considera o artigo publicado no Estado da Arte um dos mais incisivos e brilhantes sobre a obra do cineasta, ainda mais por torná-la útil no contexto do fascismo de Bolsonaro. Agora, o ensaio poderá ser publicado na Espanha.

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A grande novidade

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Estamos ganhando o mundo. E temos uma grande novidade, a nossa primeira parceria internacional. Trata-se do site português À Pala de Walsh — editado por Luís Mendonça, Carlos Natálio, João Araújo e Ricardo Vieira Lisboa — hoje considerado um dos mais importantes do cenário mundial. Essencialmente, essa nova parceria, com previsão de estreia para setembro, consiste em uma colaboração mútua.

No site À Pala de Walsh, além dos textos semanais, há diferentes dossiês. Cada um dos dossiês, formado por diversos textos, aborda um tema específico. Nosso intercâmbio se dará da seguinte maneira: num mês, os textos dos editores e colaboradores portugueses serão publicados nas duas páginas, À Pala de Walsh e Estado da Arte. No outro mês, os colaboradores e editores do Estado da Arte terão textos publicados na nossa plataforma e no site português, e assim sucessivamente, até o esgotamento do tema. Daí em diante, um novo dossiê será aberto, seguindo a mesma lógica. Ou seja, com essa parceria vamos implantar em nossa editoria o Dossiê de Cinema. O primeiro tema previsto é Amizade.

Nada mais apropriado para marcar a nossa colaboração, celebrar a língua que nos une e consolidar cada vez mais a nossa parceria com os leitores.

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Jeffis Carvalho e Miguel Forlin
Editoria de Cinema do Estado da Arte

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