Pode ou deve uma experiência particular mudar o modo como cada um de nós enxerga a História? Seja como for, e a partir da obra de Reinhart Koselleck, Vinícius Müller argumenta que "aquilo que aconteceu deve ser indissociável da honestidade de nossos métodos, todos eles contaminados pelos nossos julgamentos"; aquilo que define o nosso modo de contar a História, assim como os próprios elementos que ocorreram na História, só podem ser compreendidos se vistos em seus tempos diferentes". Afinal, "o reconhecimento de que a História é feita a partir de nossos julgamentos não nos livra da busca pela reconstrução da verdade daquilo que aconteceu."
"O presente constantemente produz o seu passado e o seu futuro. Quando lemos uma história literária escrita no século XX, estamos lendo o século XX produzindo outros séculos como passados distintos."
A partir de dois sonetos monarquistas escritos em português sobre a morte de Luís XVI, Caio Cesar Esteves de Souza como "passado e o futuro são nossas abstrações, frutos do nosso tempo".
“Os filhos da segunda geração de sobreviventes cresceram com o mito Auschwitz velado. É característica da relação dos sobreviventes com seus filhos uma certa dificuldade de relacionamento, carinho, excesso de zelo e muito silêncio. Vergonha, trauma e limitação para contar o que aconteceu constituem paradigmas difíceis de serem enfrentados pelos sobreviventes. Permeados por histórias, livros, relatos truncados e muitas dúvidas, a segunda geração atinge a puberdade sem compreender seus pais e Auschwitz. É nesse contexto conturbado que se cria esse imaginário pornográfico na sociedade Israeli — inicialmente por meio dos Stalags e da literatura de Ka. Tzetnik, e posteriormente pela exploração cinematográfica.”
Um ensaio de Jacques Fux sobre a fantasia pela Shoah, uma direção distinta e ainda pouco explorada.
Os laços ítalo-brasileiros são tão antigos quanto relevantes. Um ensaio do Prof. Marcílio Franca sobre Epitácio Pessoa e Pedro Américo na Capital do Piemonte; sobre o encontro brasileiro entre política e arte em Turim.
Havíamos previsto uma série de ensaios sobre alguns ganhadores do Prêmio Nobel, e quando se trata de Nobel, é inescapável a lembrança da família Curie. Marie, Pierre, Irène e Frédéric ganharam cinco prêmios, caso único na história. O lançamento recente do filme Radioactive deu visibilidade popular ao casal Marie e Pierre Curie, com muitas resenhas do filme e reportagens jornalísticas.
O Prof. Carlos Alberto dos Santos teve o cuidado de ler todos os textos que apareceram em seu radar da internet, para elaborar este ensaio a partir de fatos históricos pouco conhecidos do grande público e não abordados nesses textos que leu.
Por que uma agenda de reformas enfrenta tantas dificuldades, hoje e ao longo de toda nossa história? Para Caio Vioto, a resposta passa pela ideia de cultura política. Um ensaio sobre o que tudo isso significa, portanto, com exemplos históricos de nossas circunstâncias e nossas idiossincrasias.
As ideias têm consequências — e muitas delas não são esquecidas antes de provocar alguns estragos. Um ensaio de Ricardo Mantovani sobre a rotundidade da Terra (!); sobre mitos, sobre o aplainamento do globo — e da inteligência —, sobre o terraplanismo ao redor do mundo e sobre o lugar do Brasil no mapa da plana Terra dos bárbaros.
"O capitalismo contemporâneo, tecnológico, industrial, financeiro e globalizado é incompatível com a escravidão ou, ao contrário, não só é compatível como foi forjado sobre o sangue dos escravos?" Para Vinícius Müller, a obra de Edward Baptist ajuda a revelar a metade que nunca foi contada. Para além dos confortos do ativismo e do viés de confirmação, mas também para além das limitações e amarras de um tipo ideal ortodoxo, enfrentar as questões levantadas pelos autores da Nova História do Capitalismo pode ser uma tarefa de dimensão moral.
Para o início de uma abordagem sobre os laureados com o Nobel de Física, uma introdução do Prof. Carlos Alberto dos Santos sobre a mística e o glamour do Prêmio Nobel.