Não se pode evitar a ironia de pensar que a ânsia de acessar o sobrenatural, a índole favorável ao pacifismo e a pretensão de cultivar um espiritualismo transcendente não imunizavam nem um grande artista como Yeats de se contaminar com as armadilhas da política. O artista nem sempre está em companhia do gênio.
A ficção, e olharemos especificamente para a ficção contemporânea, não é feita de metáforas, por mais que pareça que sim. Ela é feita de visão, do que Ruth Webb chama de “fazer ver com seu olho mental”.
"Um dos aspectos que caracteriza a grande literatura, ensina Ezra Pound, é uma linguagem 'carregada de significado até o máximo grau possível'. Elemento de sobra no A Mercadoria Mais Preciosa: Uma Fábula, do escritor e roteirista Jean-Claude Grumberg."
Sergius Gonzaga fala sobre Rubem Fonseca, o profeta do horror que nos aguardava; um daqueles poucos artistas que conseguiu condensar esteticamente a atitude dramática de seu tempo.
Damos continuidade à tradução e ao comentário do trecho sobre a peste no DRN de Lucrécio, série iniciada no mês passado aqui no Estado da Arte. Nos novos trechos apresentados, o poeta continua a descrever em detalhe os efeitos causados pela peste nos homens. Nossos comentários dão especial atenção aos recursos poéticos utilizados por Lucrécio para trazer uma vívida imagem da peste.
Não vou entrar no mérito do Instagram, das selfies, do nosso desejo permanente de construir uma imagem e uma imagem das nossas experiências para o Outro. Meu foco é o museu. E imaginar reações alheias diante dos livros O Museu da Inocência, de Orhan Pamuk, e O Museu do Silêncio, de Yoko Ogawa.
O Estado da Arte buscou quatro nomes da poesia nacional para lhes pedir uma mostra – inédita – da produção realizada em período de quarentena. O resultado talvez ofereça um surpreendente retrato da tensão (ou da completa falta de tensão) entre a sensibilidade e a interioridade de cada um desses autores e as vicissitudes presentes.
Na edição desta semana de Poesia em Casa, trago três poemas que estarão em minha próxima coletânea, chamada O nome da parte que não dorme. Em função do momento em que estamos, o livro espera hora mais propícia para se materializar. Optei por selecionar o material mais recente, afinal lá se vão quase quatro anos de versos guardados.
A tradução de Pedro Gonzaga de um dos favoritos da casa, o poeta polonês — talvez o mais importante entre os vivos — Adam Zagajewski.