“De todas as controvérsias e conspirações que envolvem o bolsonarismo, talvez o questionamento das urnas eletrônicas e da lisura do processo eleitoral seja a mais absurda”. Por Caio Vioto, um ensaio sobre nossa poliarquia, onde “a própria configuração do sistema político-partidário constrange as possibilidades de que ocorram eleições fraudulentas”.
De tanto procurar por Deus, sempre encontramos algum profeta. “Para cada ação, há uma pregação. Para cada fracasso, uma conspiração. Para cada heresia, uma punição.” Ao fim do dia, porém, o rei está nu e o milagre é uma eterna promessa. Será então que nossos suplícios são temporários ou temos um futuro enclausurado pelo passado? Deus ex machina, por Roger Laureano.
Por Pedro Fernando Nery, um ensaio sobre nossa desigualdade em V e o experimento legislativo de um país menos injusto em 2020.
O regime de Nicolás Maduro poderia ter resistido por um tempo, mas sua sobrevivência após sete anos impressiona. Como ele conseguiu se manter no poder? Em parceria com a Fundação FHC, um ensaio de Javier Corrales sobre a situação na Venezuela.
“Chamem-no de homofóbico, racista, misógino — só não podem chamá-lo de corrupto”. Por Pedro Augusto Pinto, uma análise da evolução de algumas constantes discursivas que acompanharam, na última década, a gestação e o desenlace de uma crise que implicou não a superação de suas causas estruturais, mas, pelo contrário, justamente o seu reforço.
Por Christian Lynch, um ensaio sobre o texto mais popular de toda a imensa produção intelectual de Rui Barbosa: a Oração aos Moços, sua profissão de fé como jurista, um clássico do bacharelismo liberal.
"A aprovação do plebiscito chileno em favor da convocação de uma Constituinte exclusiva tem duas facetas. Por um lado, foi uma manifestação da soberania do povo chileno. Por outro, faz sentido alterar as regras de funcionamento da sociedade chilena num período de pandemia, de crise econômica e de tendência de esvaziamento da própria ideia de soberania?" Por José Eduardo Faria, uma reflexão sobre o Chile e seu desafio constitucional.
Em tempos de populismo iliberal, antipluralista e autoritário, "a defesa da democracia liberal exige o exercício concreto de seus princípios: a capacidade reflexiva, a consciência de que nossa tribo está sempre longe da perfeição, a coexistência pacífica, o amor à diversidade humana." Por Mano Ferreira, uma (auto)crítica liberal — e as lições para um chamado da liberdade.
"Ao afirmar que a vacina contra a Covid-19 não é obrigatória e ao rejeitar num contexto de emergência vacinas chinesas, por razões políticas e ideológicas, o presidente da República mais uma vez mostrou o tamanho da simbiose entre ignorância e arrogância que sempre o caracterizou. Com a rejeição à obrigatoriedade da vacina e a aversão à 'vacina chinesa', contudo, ele conseguiu, paradoxalmente, chamar a atenção para a importância do saber científico."
Um ensaio do Prof. José Eduardo Faria sobre vacina, ciência e democracia.