Sociedade

A importância das questões identitárias

Em resposta ao ensaio de Rogério P. Severo — sobre os "irracionalismos identitários", produto de uma radical mudança no discurso dos movimentos negro, gay e feminista das últimas décadas —, Érico Andrade fala sobre a importância das questões identitárias e sobre racionalidade na compreensão de nossa formação histórica.

Cartas da Malásia: A Petrópolis dos Mares do Sul

Em mais uma Carta da Malásia, Ary Quintella — diplomata brasileiro em Kuala Lumpur — fala sobre Fraser's Hill. A Petrópolis dos Mares do Sul? Em Fraser’s Hill, não há avenida Koeller e nem palácio do Grão-Pará. (Há, porém, entre a culinária e o parlamentarismo de estilo Westminster, um tanto da herança colonial.)

Cartas da Malásia: Juru Damang, o Elefante Real

"Os Anais Malaios, em suas 200 páginas, são uma epopeia do povo malaio; uma crônica sobre o Sultanato de Malaca, fundado em torno ao ano 1400, eliminado pela invasão portuguesa em 1511 e que, no seu apogeu, no final do século XV, foi uma potência regional; uma genealogia, às vezes fantasiosa, dos soberanos; narrativas sobre intrigas em diversas cortes do Sudeste asiático; relatos de guerras e de embaixadas; e veículo de transmissão de antigas lendas. Foi essa a companhia que escolhi para ir comigo a Langkawi."

Hoje, no Estado da Arte, a segunda Carta da Malásia, do diplomata brasileiro Ary Quintella.

Pandemia, conflitos de valores e política

"A pandemia, com seu enorme custo social e de vidas, poderá produzir algumas consequências positivas — se a sociedade brasileira for capaz de se apropriar dos novos impulsos que ela gerou." Uma análise do Prof. Bernardo Sorj sobre política e conflitos de valores na pandemia; um ensaio que busca um pouco de distanciamento para analisar nossa crise em todas suas circunstâncias — inclusive a do pluralismo valorativo.

As camadas da crise e os valores democráticos essenciais

"Durante e após a epidemia, o esforço de preservar o estado democrático, as liberdades fundamentais, a ordem legal e a paz social estará além e aquém do habitual conflito entre a direita e a esquerda. É um esforço por sobrevivência que exige que nos voltemos a valores e sentimentos essenciais." Um ensaio do Prof. Arthur Alfaix Assis sobre as várias camadas de nossa crise e os valores elementares daquilo a que chamamos de civilização.

A miragem do novo normal

"A pandemia no Brasil se consolidou a partir de uma cadeia paradoxal de fatos, a partir da qual para cada noção que a afirma temos que lidar com elementos que as negam. Sobre nossos noventa mil mortos marcha uma lógica que se recusa até a afirmar condolências. Aos mortos nega-se a própria morte."

E "se o paradoxo dessa nossa pandemia é tão explícito quanto os atos falhos daqueles que a sustentam, também temos nos deparado fórmulas um pouco mais sutis, mas igualmente comprometidas com o realismo mágico que move uma multidão a adorar uma caixa de remédio." Para Rodrigo Toniol, "esse é o caso da ideia de um novo normal, mais um ato falho que agora aguça imaginações", que "escracha nossa pulsão normalizadora do caos".

Cartas da Malásia: A Ásia em Penang

"Desde que cheguei à Malásia, no final de janeiro, ficou reforçada em mim uma indagação presente desde a adolescência, sobre quão parecida ou diferente a Ásia seria do Ocidente. Essa questão conduz a outra, que é a de entender se há algo que caracterize a Ásia, que a torne um continente diferente dos outros. O que faz da Ásia a Ásia?" Iniciamos hoje a série Cartas da Malásia — relatos, crônicas, textos e contextos do diplomata brasileiro Ary Quintella, hoje em Kuala Lumpur. Cartas da Malásia, enfim. Muito apropriadamente: "Cada país", afinal, "é a soma das suas fases históricas, e das etapas de sua evolução cultural, assim como cada ser humano carrega em si tudo o que já viveu."

O racismo enquanto exercício de predicação

"A inferioridade negra foi uma mentira extremamente bem contada; elaborada para durar séculos. O sucesso dessa mentira garante que ela não se dissipará se a ignorarmos; ela não morrerá de inanição. Sua impugnação não ocorrerá senão com uma longa, consciente e ativa reformulação das ideias que temos não só sobre pessoas negras, mas também sobre pessoas brancas." Um ensaio de Adriano Moraes Migliavacca sobre o racismo enquanto exercício de predicação.

Ensaio sobre a racionalidade humana: tomada de decisão com (e sem) pandemia

"A pandemia escancara a fragilidade de nossa racionalidade. Se não aceitamos nossas limitações, não estamos aptos para assimilar uma nova evidência. Se não questionamos nossas crenças, não podemos enxergar falhas em nosso funcionamento lógico." Um ensaio da Prof. Claudia Feitosa-Santana, sobre a racionalidade humana e a tomada de decisão — na pandemia, e para além dela também. Um ensaio que sugere a aposta em um viver mais altruístico, no infinito, independentemente do resultado dessa aposta.