Escrevo semanas à frente, semanas estas que podem tornar a realidade muito mais dramática. Da Inglaterra, penso neste texto como uma carta escrita a você, leitor. Uma carta que não poderia deixar de ser pessoal, com impressões fragmentadas, e sem o benefício de grande distanciamento físico, emotivo, ou intelectual.
"Meu amigo, por ser homossexual assumido, vivi certo isolamento social por quinze anos. Vivi a morte por quinze anos. Vivi o risco do desemprego por quinze anos. A História é macabra comigo... com todos os gays da minha idade."
O mais importante durante a crise que teremos pela frente é garantir o salvamento do maior número possível de vidas, com base em critérios eticamente aceitáveis e que tenham sido amplamente debatidos pela sociedade como um todo.
Enquanto cidadãos, somente seremos livres na medida em que pudermos nos realizar politicamente, desenvolvendo-nos como nação e sendo capazes de harmonizar perfeitamente a miríade de interesses privados com o interesse público.
A Doutrina Social da Igreja apresenta uma rica e vasta contribuição não só aos católicos, como a todos os homens e mulheres de boa vontade.
Não podemos nos dar ao luxo de usar do não feito na história para nada fazer agora. A educação é estratégica para a superação da crise sanitária, humanitária, política, econômica e social que iremos atravessar.
Seria vida esse intervalo de vida, ou somente uma pausa insuportável? Por acaso esse fato estranho nos ajudará a viver melhor o resto de nossa história? O que faremos no dia seguinte? Seremos os mesmos? Haveremos aprendido alguma coisa? Não seria absurdo que haja sido em vão?
A história nos mostra como, em períodos de profunda crise econômico-social, os donos do poder e seus representantes se veem compelidos a dividir para continuar a reinar.
O cientista político Pedro Ernesto Vicente de Castro argumenta que ditaduras não são melhores do que democracias em lidar com crises.