Na Primeira das três Partes de seu ensaio sobre a exposição Ocidente de Felipe Cohen, o psicanalista e doutor em filosofia Alberto Rocha Barros explora as influências do cânone pictórico na estética de nosso tempo.
Quando falamos em “retrato”, pensamos primeiro na fotografia. Depois, nos retratos da pintura renascentista, barroca e neoclássica. Retratos que desejam destacar-se pelo realismo, por captar algo essencial do retratado, e pela técnica do retratista.
No artigo “A arte do gesto no Renascimento”, o historiador André Chastel conta que em 1602 Caravaggio recebeu uma encomenda: deveria pintar uma imagem de são Mateus sendo inspirado por um anjo ao escrever seu Evangelho.
A influência de Piero della Francesca deve-se, em primeiro lugar, a suas qualidades pictóricas. Ezra Pound fez do pintor de Sansepolcro um emblema da poesia de linhas claras que ele apregoava como forma de renovar uma linguagem desgastada pelo comercialismo e pela mistificação política modernos.