“Quanto melhor o vilão, melhor o filme”, afirma François Truffaut em uma das suas entrevistas com Alfred Hitchcock presentes no livro Hitchcock/Truffaut. Ao discutirem o filme Pânico nos Bastidores (1950), os diretores identificam sua falha na ausência de um bom vilão, figura em cuja força consiste a regra fundamental para a efetividade de um bom suspense.
Não é todo dia que se pode ter acesso, com um simples click do controle remoto, aos dois mais recentes trabalhos de um grande realizador, um cineasta sempre original em sua proposta estética, política e existencial.
Em tempos de Donald Trump e Nigel Farage, a identidade nacional retoma um protagonismo que há muito parecia superado.
Muito se escreveu sobre“Moonlight” ser a jornada de um negro, pobre e gay em busca de sua identidade. Considero essa uma leitura simplista da ambição estética e filosófica do diretor Barry Jenkins.
Tenho me interessado bastante por um assunto um pouco distante das nossas mais caras ilusões, fantasias, aventuras e amores. Um dos traços desse distanciamento, a meu ver, corresponde ao tipo de leitura de um sujeito, e eu tenho lido basicamente muita teoria, biografia, química, neurologia, história da medicina, e pouquíssima ficção.
Hiroshima Meu Amor retorna às telas. A cidade que surgiu no mapa ao desaparecer. O amor perdido e momentaneamente encontrado.
Espelho de uma sociedade que celebra o vencedor, mas também se abre para a possibilidade da segunda chance, o cinema americano dificilmente abre mão de fórmulas que possam confirmar ambos.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou os candidatos ao Oscar deste ano e, como esperado, La La Land confirmou ser o filme da estação - o trocadilho fica por conta do péssimo subtítulo nacional.
O retorno da Rússia às manchetes internacionais ultrapassa em muito as ações mais espetaculares do Kremlin, como as intervenções na Geórgia, na Crimeia ou na Síria.