A construção de mercados no mundo real. Em parceria do Estado da Arte com o Terraço Econômico, um ensaio de Vinicius Carrasco sobre o Nobel de Economia de 2020 — sobre a Teoria dos Leilões de Paul Milgrom e Robert Wilson.
Para o Estado da Arte, em uma entrevista conduzida por Rodrigo Coppe e traduzida por Jonathan Goudinho, Roger Eatwell — emérito da Universidade de Bath e, com Matthew Goodwin, coautor de Nacional-Populismo: A revolta contra a democracia liberal — falou sobre democracia liberal e iliberal e as convergências e diferenças entre as manifestações do fenômeno do nacional-populismo ao redor do globo.
"Não há mais situação plausível em que não metamos política na conversa. Estamos todos nos acostumando, e por isso não preciso me estender no ponto, com o hábito de perder amigos antigos e queridos, fazer inimigos de desconhecidos, ou determinar novas amizades por causa da política." André Chermont de Lima explora nossas circunstâncias, de uma colérica 'politização' da sociedade, a partir de Esaú e Jacó, de Machado de Assis. "Se tal exploração não der em nada, teremos pelo menos feito a boa ação de resgatar uma das peças mais subestimadas de nossa literatura."
Por Odilon Caldeira Neto, uma resenha de 'Uma breve história das mentiras fascistas', de Federico Finchelstein — uma análise sobre os impactos dos discursos fascistas e os usos das mitologias políticas criadas em seu entorno, indo além de qualquer tentação de categorização das mentiras comuns aos líderes, movimentos e regimes fascistas que se desenvolveram em todos os continentes na primeira metade do século XX.
Em uma crítica à proposta episocrática de Jason Brennan em Against Democracy, um ensaio do Prof. Denis Coitinho sobre a relação entre a restrição do voto e o autorrespeito, o perigo da plutocracia, a conexão indevida entre competência e boa-fé ou razoabilidade moral e a epistocracia idealizada.
"Assim como o amor pela autonomia individual nos leva a lutar para limitar as injustiças do Estado que atacam as nossas liberdades, este mesmo amor precisa nos fazer lutar contra as barreiras sócio-raciais injustas que perduram no nosso país", afirma Mano Ferreira — em uma defesa liberal de um processo que busque responder aos movimentos por inclusão e diversidade.
O que significaria caminhar 'contra o vento' do paradigma liberal? Um ensaio sobre o que é o liberalismo, afinal, e quais seriam as alternativas.
"Para termos o princípio do acesso à justiça em sua máxima potência, precisamos entendê-lo como multifásico, como o direito a ter direitos, cuja observância obrigatória gera o processo justo, dentro de um Judiciário eficiente e efetivo, cujas decisões sejam respeitadas pelo próprio, em todos os seus órgãos, propiciando maior incentivo à confiança pela sociedade."
As notas de Irapuã Santana sobre os incentivos sistêmicos ao acesso à justiça.
"Existe uma exigência do futuro que bate à porta: a transição ecológica e a necessidade efetiva de desestimular fortemente as emissões de gases do efeito estufa e reverter a tendência de aumento para uma de queda. Para isso", sustenta Henrique Mota, "é preciso um imposto sobre o carbono, o verdadeiro tributo do futuro."
Em nosso contexto, "a precificação do carbono deve ser implantada em conjunto com a desoneração da folha de pagamentos (especialmente salário-educação e sistema S) e a expansão de uma nova rede de proteção, uma espécie de renda básica." Para Mota, portanto, "há uma janela de oportunidade aberta para grande revolução: uma reforma tributária genuinamente verde."