Política

O fascismo para além das dualidades no pensamento de Renzo De Felice

A partir da obra de Renzo De Felice, Vinícius Müller argumenta que a perspectiva "que obriga que qualquer interpretação sobre o fenômeno histórico do fascismo seja limitada pela cronologia" não é apenas "evitável", como também "perde a sutileza de procurar tanto antes quanto depois o desenvolvimento e a sobrevivência de elementos da matriz fascista". "A questão não está na impossibilidade de eles existirem antes ou continuarem existindo depois, e, sim, na sabedoria de que não podemos permitir, nunca mais, que eles tenham um contexto favorável às combinações que possam potencializá-los." Uma publicação do Estado da Arte em parceria com o projeto Bolsonarismo: O Novo Fascismo Brasileiro, do Labô/PUC-SP.

Juan Linz, Bolsonaro e o Presidencialismo

"Em 1990, o cientista político Juan Linz publicou um influente artigo alertando sobre riscos que via no sistema presidencialista, em especial em países com divisões políticas profundas e uma legislatura fragmentada em muitos partidos. Para quem lê seu artigo hoje, é impressionante a precisão com a qual ele parece descrever o Brasil atual, do presidente Jair Bolsonaro. Suas “previsões” vão desde a eleição em si até a relação entre os poderes, o comportamento do presidente e as dificuldades existentes para controlá-lo e, se necessário, removê-lo."

O Brasil dos Catrumanos: nossa realidade atual?

"A proporção e a vileza de nossa disfunção atinge proporções que já desafiam nosso vocabulário disponível, exigindo novos termos que captem essa inédita degradação humana." Para a Prof. Kathrin Rosenfield, "regredimos para aquém da ordem dos jagunços, para aquém do patriarcal romantizado de Seu Ornelas. Para o fora da ordem dos catrumanos."

O patrimonialismo estatal e os novos bárbaros

"O patrimonialismo, nosso velho conhecido, tem um longo passado na história do Brasil. Provavelmente, terá também um brilhante futuro pelos anos à frente. O Itamaraty, que se orgulhava de ser a mais weberiana das corporações de Estado, parece estar prestes a ser submergido por 'novos bárbaros', que podem deformar o caráter 'racional-legal' de seus métodos burocráticos de trabalho." A análise de Paulo R. de Almeida sobre o patrimonialismo estatal e os novos bárbaros.

José Eduardo Faria: As acusações contra o STF e seu decano

Prof. José Eduardo Faria: "Pelas acusações infundadas e inconsequentes que fizeram e pelas questões que deixaram de formular, atrevendo-se a palrear sobre temas e ofícios que desconhecem, os críticos do STF e de seu decano mostraram seu desapreço pelas liberdades públicas e tornaram o País menor perante o mundo civilizado."

É preciso enxergar o fascismo além do “Fascista!”

"Passar do jogo acusatório que aponta “fascista!” e ir para a identificação do fascismo eterno parece ser um passo fundamental", diz Rodrigo Toniol. "Afinal, nessa disputa o problema não é o jogador, mas o jogo que estamos tendo que jogar." A análise de Rodrigo Toniol, em uma publicação do Estado da Arte com o projeto Bolsonarismo: o Novo Fascismo Brasileiro, do Labô/PUC-SP.

A raiva e a desobediência civil – ou sobre paixões e interesses

"Raiva, indignação ou ódio sempre estiveram impregnados nas formas de mobilização política. O problema — aliás, fundamentalmente filosófico — é que nem sempre eles carregam em si mesmo os critérios de legitimidade moral. A régua sobre a legitimidade moral dos afetos é uma disputa, e os discursos que se arrogam a falar em nome do “povo” correm o risco de conter traços proto- ou escancaradamente fascistas." É a análise de Filipe Campello, em uma publicação do Estado da Arte com o projeto Bolsonarismo: o Novo Fascismo Brasileiro, do Labô/PUC-SP.