"a irracionalidade que atravessa certa militância, parafraseando André Glucksmann, acusa sem saber, julga sem ouvir, condena a seu bel-prazer, dilacerando tudo com sua arbitrariedade. O radicalismo embebido em espírito de submissão ao líder e conformidade total aos seus desejos trazem a reboque pretensões hegemônicas, movidas pela imagem mítica de uma unidade perdida ou a ser alcançada." Uma reflexão de Rodrigo Coppe, em publicação do Estado da Arte com o projeto Bolsonarismo: O Novo Fascismo Brasileiro, do Labô/PUC-SP.
Será o kitsch capaz de explicar algumas das características da chamada “estética do bolsonarismo”? Assista aos vídeos do Prof. Rodrigo Cássio de Oliveira, em produção da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da UFG, em parceira com o Estado da Arte e em integração com o projeto de pesquisa Bolsonarismo: o novo fascismo brasileiro, do Labô/PUC-SP.
"Em vez de cederem à chantagem das ululantes minorias radicais, da extrema-esquerda ou da extrema-direita, os partidos centrais devem confiar no bom senso da maioria dos eleitores." Ainda sobre a questão das estátuas, um ensaio do Prof. João Carlos Espada, OBE.
A partir da obra de Renzo De Felice, Vinícius Müller argumenta que a perspectiva "que obriga que qualquer interpretação sobre o fenômeno histórico do fascismo seja limitada pela cronologia" não é apenas "evitável", como também "perde a sutileza de procurar tanto antes quanto depois o desenvolvimento e a sobrevivência de elementos da matriz fascista". "A questão não está na impossibilidade de eles existirem antes ou continuarem existindo depois, e, sim, na sabedoria de que não podemos permitir, nunca mais, que eles tenham um contexto favorável às combinações que possam potencializá-los." Uma publicação do Estado da Arte em parceria com o projeto Bolsonarismo: O Novo Fascismo Brasileiro, do Labô/PUC-SP.
"Em 1990, o cientista político Juan Linz publicou um influente artigo alertando sobre riscos que via no sistema presidencialista, em especial em países com divisões políticas profundas e uma legislatura fragmentada em muitos partidos. Para quem lê seu artigo hoje, é impressionante a precisão com a qual ele parece descrever o Brasil atual, do presidente Jair Bolsonaro. Suas “previsões” vão desde a eleição em si até a relação entre os poderes, o comportamento do presidente e as dificuldades existentes para controlá-lo e, se necessário, removê-lo."
"Além de uma matriz religiosa chave para compreensão do Brasil e de toda sua amálgama cultural, o messianismo pode ser também, na sacralização da política e absolutização de ideais, um veículo da emergência de lideranças autoritárias e perigosas." Um ensaio de Kalebe Rangel.
"A proporção e a vileza de nossa disfunção atinge proporções que já desafiam nosso vocabulário disponível, exigindo novos termos que captem essa inédita degradação humana." Para a Prof. Kathrin Rosenfield, "regredimos para aquém da ordem dos jagunços, para aquém do patriarcal romantizado de Seu Ornelas. Para o fora da ordem dos catrumanos."
Com Hume, aprendemos que somos animais jogados as contingências. Qual é o efeito desta revelação para a política? Para Celina Alcântara Brod, "o ingrediente do qual qualquer sociedade livre e decente depende: a moderação."
"O patrimonialismo, nosso velho conhecido, tem um longo passado na história do Brasil. Provavelmente, terá também um brilhante futuro pelos anos à frente. O Itamaraty, que se orgulhava de ser a mais weberiana das corporações de Estado, parece estar prestes a ser submergido por 'novos bárbaros', que podem deformar o caráter 'racional-legal' de seus métodos burocráticos de trabalho." A análise de Paulo R. de Almeida sobre o patrimonialismo estatal e os novos bárbaros.