Sociedade

Importa mais o saber ler do que o ser leitor

Quando aquilo que se tem por elite cultural nacional é composto por 0,4% da população, e quando, como já assinalou George Steiner, apenas 3% da população planetária são pessoas que têm disposição para ler livros, o saber ler deve vir antes. Por Carlos Alberto Gianotti.

Cartas da Malásia: As frutas de Perak

“O Natal é um conceito abrangente, que engloba pelo menos todo o mês de dezembro e vai até a terceira semana de janeiro. Essa é a época das comemorações, da sensação de leveza, do sentimento de que pode haver harmonia entre os seres humanos. É a época da felicidade. Todo ano, prolongo ao máximo esse estado de espírito. Duvido que alguém queira me criticar por isso.” Por Ary Quintella, diplomata brasileiro em Kuala Lumpur, mais uma Carta da Malásia.

Governar humanamente as máquinas que nos governam

Com o fim da lua de mel com as utopias sobre a internet, a ideia de que é necessário ter algum tipo de regulação mais efetiva, em especial sobre as plataformas que operam sobre a rede mundial, passou de um tabu a uma quase unanimidade. A controvérsia, porém, se dá em como fazer isso, e é aí que Governance for the Digital World encontra seu lugar. Uma resenha, por Rafael Dornellas, da obra paradigmática de Fernando Filgueiras e Virgílio Almeida.

Ações afirmativas e identidade coletiva

Um ensaio do Prof. Denis Coitinho sobre as ações afirmativas, entre argumentos e objeções, à luz de uma noção de identidade coletiva e responsabilidade moral. “No momento que melhor compreendermos os aspectos sociais da agência humana, bem como a influência das circunstâncias sociais, políticas e econômicas e até mesmo a influência dos elementos aleatórios para o sucesso, mais facilmente poderemos reconhecer as injustiças estruturais que são bastante presentes em nossas sociedades.”

A cegueira da justiça

Por Filipe Campello, um ensaio sobre os riscos de uma redução do horizonte das questões da justiça apenas à esfera jurídica e as patologias da juridificação diante das dimensões estruturais da injustiça — sobre o ponto cego da lógica jurídica diante daquilo que está implícito nas práticas sociais.

Estupro: arma de destruição

Quando um crime tem a desumanização em sua natureza, torna-se instrumento de destruição. Por Adriana Novaes, uma resenha de "Our Bodies, Their Battlefields: War Through the Lives of Women" — obra em que Christina Lamb trata de meninas e mulheres silenciadas e escondidas pelo estigma de uma arma de guerra usada desde a Antiguidade: o estupro.

Divulgação: “A liberdade de expressão e as novas mídias”

'A liberdade de expressão e as novas mídias' é uma obra organizada pelo Prof. José Eduardo Faria. Os textos reunidos são de professores de Sociologia, Teoria e Filosofia do Direito da Universidade de São Paulo, que estudam a relação entre as instituições jurídico-políticas e a internet e advogados que defendem grandes jornais, em matéria de liberdade de imprensa e de direito de informação. Hoje, além de uma indicação dos textos que podem ser conferidos no volume, trazemos o prefácio da obra. "Como a capacidade de mentir é um dos poucos dados óbvios que confirmam a liberdade dos homens, superestimar essa liberdade e tolerar a negação dos fatos é o mesmo que pervertê-lo."

A branquitude se visibiliza

"O negro nasce e se descobre em um mundo velho e desgastado pela escravidão. O branco nasce em um mundo sempre novo e promissor; quando descobre a realidade do racismo, tem o privilégio de escolher lutar contra ele (e receber as honrarias de um herói) ou se abster de um problema que, afinal, não lhe diz respeito. Assim, em nossa realidade, as duas identidades — branca e negra — fecham-se nos dois lados de um símbolo — o universal e o particular, o incondicionado e o condicionado." Por Adriano Moraes Migliavacca, uma proposta de reflexão sobre o conceito de branquitude.