“Se é verdade que a modernização acelerada do Pós-Guerra, cujo ponto de inflexão é 1968, foi acompanhada por uma democratização dos laços de família, com a contestação ao que restou da soberania do pai (já ironizada por Truffaut, em 1958), filmes como os de Pialat, de Fassbinder ou de Haneke sugerem os lados obscuros dessa transformação e os afetos destrutivos despertados pela horizontalidade familiar ? diferentes dos infernos da antiga família vertical, mas não menos reais.” Por Rodrigo de Lemos, um ensaio sobre a história da família pelas lentes do cinema.
"Repartição, separação, segregação ? os infernos de ?u?awski são figuras dessas divisões lancinantes, que nos acometem tanto em nossa vida íntima quanto na vida das nações." Por Rodrigo de Lemos, um ensaio sobre os infernos de Andrzej ?u?awski.
"Apesar de menos conhecido do que outros de seus filmes da época, Uma Mulher Casada (1964) é uma das grandes obras de Jean-Luc Godard (a fórmula soa vazia: é impossível escolher). Retoma e subverte ironicamente essa fórmula do triângulo amoroso, relendo-a na Paris do iê-iê-iê, de Françoise Hardy e da nouvelle vague." Entre fotos e nomes, um ensaio de Rodrigo de Lemos sobre Uma Mulher Casada, de Godard.
"Destruíram-se estátuas de Lênin — mas a subversão mais sutil e eficaz está no deboche corrosivo dos grafiteiros que transformaram os operários e camponeses robustos nos velhos monumentos comunistas das praças de Sófia, na Bulgária, em super-heróis de quadrinhos, com tinta e spray. Churchill daria um belo Pinguim." O que fazer com as estátuas da época colonial? Para Rodrigo de Lemos, que elas prestem testemunho àquilo que escolhermos.
O outro odeia; eu sou odiado; por isso odeio. A perguntade Huerta de Soto, "Por que os intelectuais odeiam o capitalismo?", poderia ter como resposta sua forma invertida: "Por que o capitalismo odeia os intelectuais?".
Em entrevista exclusiva, a jornalista Pascale Tournier comenta a ascensão do novo conservadorismo na Europa à luz do seu livro "Le vieux monde est de retour, enquête sur les nouveaux conservateurs"
Como superar os limites das chamadas políticas identitárias sem deixar de reconhecer as condições concretas de sofrimento, ameaça e perigo a que podem ser submetidas as minorias em qualquer sociedade?
Rodrigo de Lemos traduz para o Estado da Arte excerto do clássico "Memórias d'Além Túmulo", do escritor francês François-René de Chateaubriand. Primeira Parte, Livro V.
Na quinta e última parte do especial do Estado da Arte dedicado aos 50 anos do Maio de 1968, Rodrigo de Lemos examina o surgimento da "hiperdemocracia" e as novas sensibilidades sociais e individuais que marcam nosso tempo.