Em que consiste nossa felicidade? A pergunta, possivelmente uma das mais antigas que os homens têm feito, deu origem a uma quantidade tão variada e, por vezes, tão contraditória de respostas que não chega a espantar que sigamos todos, ainda hoje, sem bem o saber.
Não, não está tudo acabado com a eleição do novo presidente americano. Tal afirmação reside numa confusão analítica entre causa e efeito. O presidente eleito é apenas um efeito. As causas já há tempos estavam em andamento — e não deixariam de existir no caso de uma vitória da candidata democrata.
Como era previsto, a morte do ditador cubano Fidel Castro desencadeou entre intelectuais profissionais uma série de malabarismos retóricos para justificar, ou, ao menos, desculpar as violações de direitos humanos sob seu governo.
“Entre Dom Quixote e o pequeno burguês vitimado pela publicidade, a distância não é tão grande quanto o romantismo gostaria que acreditássemos”, diz René Girard no primeiro capítulo de Mentira Romântica e Verdade Romanesca.
No dia nove de novembro de 2016, despertamos com Donald Trump eleito presidente dos Estados Unidos. Não bastasse a gravidade dessa notícia, as reações individuais ao resultado das eleições norte-americanas deixaram muito a desejar.
Dito prontamente: a democracia é o grande dogma da nossa época. Encerramos debates afirmando que a proposta concorrente não seria democrática. Justificamos a legitimidade de qualquer decisão dizendo que ela foi tomada democraticamente.
Na introdução de seu livro Philosophical Explanations (1981), infelizmente ainda sem tradução para o português, Robert Nozick fala em filosofia como uma atividade coercitiva.
Se desde meados do século XIX paira uma suspeita sobre o papel da filosofia como intérprete do mundo, haveria então lugar para ela no debate público acerca da vida e dos problemas cotidianos? Se sim, qual? De que modo?
William Golding, no clássico O Senhor das Moscas, nos ensinou uma lição importante e inesquecível sobre a natureza das crianças e, consequentemente, sobre os seres humanos: “que engraçado é achar que a Besta é algo que podem caçar e matar”.