Literatura

O português que não ia em anedotas

Pediram-me uma espécie de apresentação de Vasco Pulido Valente ao leitor brasileiro. A benefício deste, e da minha preguiça, arrisco uma comparação pífia e termino a dizer que Vasco Pulido Valente tinha a impaciência de Paulo Francis, a graça de Millôr Fernandes e a erudição de Roberto Campos.

A caixa mágica de Woody Allen em “Apropos of Nothing”

Ao contar sua vida, sob sua própria pena, Allen não busca respostas como um Alex Portnoy alucinado pela mãe, pela Macaca, pelo pedaço de fígado bovino (me pergunto se kosher) com o qual se masturba. O autor afirma logo de cara que o faz para deixar as coisas mais interessantes – seus pais rendem uma história muito melhor do que a dele.

A Peste no De rerum natura (6.1138-286) de Lucrécio – Parte I

Vamos apresentar em pequenas partes o relato da peste que acometeu Atenas em 430 a.C., relato situado no fim do DRN – referido apenas assim daqui em diante –, que contrasta com o célebre início em que Lucrécio faz o chamado (e controverso) hino a Vênus (cf. 1.1-43). O episódio que conclui o poema (6.1138-286) será dividido em breves trechos – não há outros critérios para as separações – para que possamos comentar com algum detalhe e daí perceber a poética lucreciana. A tradução não é em verso, mas acompanha o original verso a verso.