Uma resenha de "O homem que aprendeu o Brasil: A vida de Paulo Rónai" (Todavia, 2020), de Ana Cecília Impelizzieri Martins. Por Éder da Silveira.
O suicídio é a questão essencial da vida?, indagam Georges Minois, Andrew Solomon e Albert Camus.
Pediram-me uma espécie de apresentação de Vasco Pulido Valente ao leitor brasileiro. A benefício deste, e da minha preguiça, arrisco uma comparação pífia e termino a dizer que Vasco Pulido Valente tinha a impaciência de Paulo Francis, a graça de Millôr Fernandes e a erudição de Roberto Campos.
Ao contar sua vida, sob sua própria pena, Allen não busca respostas como um Alex Portnoy alucinado pela mãe, pela Macaca, pelo pedaço de fígado bovino (me pergunto se kosher) com o qual se masturba. O autor afirma logo de cara que o faz para deixar as coisas mais interessantes – seus pais rendem uma história muito melhor do que a dele.
Rubem Fonseca, em "José": “[S]e alguma coisa foi esquecida, ele se esforçou para que nada fosse inventado”.
Vamos apresentar em pequenas partes o relato da peste que acometeu Atenas em 430 a.C., relato situado no fim do DRN – referido apenas assim daqui em diante –, que contrasta com o célebre início em que Lucrécio faz o chamado (e controverso) hino a Vênus (cf. 1.1-43). O episódio que conclui o poema (6.1138-286) será dividido em breves trechos – não há outros critérios para as separações – para que possamos comentar com algum detalhe e daí perceber a poética lucreciana. A tradução não é em verso, mas acompanha o original verso a verso.
Só é possível pensarmos em passagens de épocas e mudanças da História quando nosso incômodo com a realidade concreta é suficiente para questionarmos nossos valores e projeções mais abstratos. Só é bom entendedor quem entende o que veio antes.
Agora percebemos que durante as pandemias a verdade e a ficção tornam-se um pouco nebulosas.
"Uma geração de inválidos da História". Liérmontov, lido e traduzido, por Pedro Augusto Pinto.