É difícil dizer se hoje, em 2019, habitamos dentro ou fora das cavernas, se conseguimos vislumbrar algum resquício de luz. Sabemos, entretanto, que só cabe falar de luz se houver a possibilidade da escuridão e que, às vezes, falar de sombras é uma maneira de aludir às luzes.
Saberes científicos e saberes humanísticos não podem crescer separadamente porque o conhecimento em geral deve estar a serviço da humanidade e não a humanidade a serviço do conhecimento ou da tecnologia
Agrupar grandes escritores em categorias, por qualidades comuns, significa reforçar a contradição de expor as tais capacidades como dons individuais, porque os gênios são dotados desse poder centrífugo que repele um ao outro.
A experiência artística recorda ao homem sua vocação à grandeza e sua pequenez, as quais convivem e devem conviver em tensão. Eis, portanto, não apenas o porquê de a experiência criadora de um indivíduo vir a expressar algo a outrem, mas também o porquê de a literatura ser algo incontornável.
Os cantos dos escravizados sempre foram comuns a ouvidos europeus no Brasil, no entanto não parecia prudente atribuir àqueles cantos o caráter de arte lírica.
Vassíli Trediakóvski, Mikhail Lomonóssov e Aleksandr Sumarókov foram os três primeiros poetas russos que se preocuparam em estabelecer os critérios formais que melhor se adaptariam à nova língua na qual escreviam.
A autonomia do estético, nos termos de Harold Bloom, não remete a uma simples volta ao ideal da arte pela arte: a dimensão estética se amplia e passa a abarcar também o âmbito da vida ética, pois a experiência artística não é algo que se possa compartimentar em categorias estanques.
Ao impor o processo de ocidentalização, as reformas de Pedro, O Grande serviram de alicerce para a revolução cultural que culminaria na literatura russa moderna.
Alexandre Pinheiro Hasegawa, professor de Letras Clássicas na USP, analisa a literatura do poeta romano Horácio.