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A peste em Tucídides e dois antecedentes poéticos

por Márcio Mauá Chaves Ferreira

Embora o tema principal da Ilíada seja a ira de Aquiles, como se anuncia no verso de abertura do poema de Homero, essa ira jamais teria sido posta em ação, ao menos na versão que chegou até nós, se uma peste não tivesse acometido o exército grego acampado em Tróia. A peste era um castigo de Apolo, pois Criseida, filha de um sacerdote desse deus, fora tomada como cativa de guerra por Agamêmnon, comandante dos gregos, que a mantinha nessa condição e se recursava a devolvê-la mesmo depois de o pai dela, Crises, oferecer-lhe esplêndidos presentes como resgate. Adivinho que acompanhava os gregos em Troia, Calcas revelou-lhes isso em uma assembleia convocada por Aquiles. A vontade do deus deve ser cumprida, e Agamêmnon concorda em devolver Criseida, mas não aceita permanecer sem prêmio algum. É por se opor com veemência a essa vontade que Aquiles, depois de uma longa discussão com Agamêmnon, acaba por perder sua própria cativa, o que gera sua saída irada da guerra, para a qual só retornará no Canto 18 desse poema, para vingar a morte de seu querido amigo Pátroclo. Vemos assim que o tema antecipado no prólogo do poema é, do ponto de vista da cronologia dos fatos, precedido e causado por uma peste que assolava o exército.

A Ira de Aquiles, de Jacques-Louis David, 1819

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Situação semelhante, ainda que o gênero poético seja outro, ocorre no início do Édipo Rei de Sófocles. A tragédia se inicia com uma peste a atacar Tebas e o povo a suplicar diante do palácio de Édipo, a fim de que ele, já tendo salvado a cidade de um mal pretérito (a referência aqui é à esfinge), a salvasse de novo. É claro que tal súplica era desnecessária. Édipo tudo sabe e a tudo se adianta. Creonte já fora mandado ao oráculo de Delfos para consultá-lo a respeito das providências a tomar; e, assim como na Ilíada a peste enseja a convocação da assembleia em que Aquiles e Agamêmnon se desentenderão, no Édipo Rei a peste movimenta outra vez o drama com o envio de Creonte a Delfos e seu retorno com a resposta do oráculo, segundo a qual os tebanos só se livraram do mal se banissem ou matassem o(s) assassino(s) de Laio. Na Ilíada, pois, relacionam-se peste e ira; ao passo que no Édipo, peste e conhecimento – quer acerca da autoria daquele assassinato, quer acerca da verdadeira origem de Édipo, os dois temas principais da tragédia, que ao fim dela também se entrelaçarão.

Vemos com isso a ocorrência da peste no cerne da engrenagem dramática de duas das obras mais centrais da tradição poética grega. As alusões aos efeitos da epidemia no poema épico de Homero são poucas.  Eles são representados, como é próprio do pensamento mítico, por meio da imagem das setas do deus a atingir primeiro as mulas e os cães e, em seguida, os homens do exército grego. Fala-se das piras dos mortos a queimar incessantemente e dos disparos do deus durante nove dias até a convocação da assembleia por Aquiles, inspirado por Hera, que se apiedava dos gregos ao vê-los morrer (Canto 1, vv. 48-56); mas sabemos que o sofrimento apenas cessou depois que Criseida foi devolvida e uma nova prece de seu pai foi feita para aplacar a fúria do deus (vv. 451-6). De resto, Calcas refere-se à repugnante pestilência sem falar de seus efeitos quando é consultado pelos gregos (vv. 96-97), e Aquiles também alude a ela de passagem ao contar para sua mãe o ocorrido e pedir que ela intervenha por ele junto a Zeus.

Na tragédia de Sófocles a descrição dos efeitos da epidemia mostra-se mais rica. Além da referência às mortes em abundância de humanos e animais, são igualmente citadas a destruição das colheitas e a dificuldade de novos nascimentos. É como se a cidade, agora personificada, sofresse ela mesma de uma doença mortal: “Ela perece nos brotos frutíferos do solo, perece nos rebanhos de bois do pasto e nos partos malogrados das mulheres. O deus portador do fogo, peste a mais odiosa, arrojou-se sobre a cidade e a fustiga. Por sua causa a morada cadmeia [i.e. Tebas] esvazia-se e o negro Hades enriquece-se com lamentos e gemidos” (vv. 22-9), diz o primeiro interlocutor de Édipo no prólogo da peça. Algo de conteúdo muito semelhante ao dessas palavras – reelaborado, contudo, em tom lírico – será entoado pelo Coro em sua primeira entrada em cena (vv. 168 -187 – segundo par estrófico do canto). Novas alusões à epidemia são feitas ao longo da tragédia, agora não mais para descrever seus efeitos, mas situá-la como a consequência da morte sem reparação de Laio.

A Peste de Tebas (ou Édipo e Antígona), Charles F. Jalabert, 1842

Vários motivos do mito de Édipo – como, por exemplo, o parricídio, o incesto, o suicídio de Jocasta, a presença de Tirésias na trama, o oráculo de Apolo e a esfinge entre outros – podem ser encontrados em fontes anteriores à produção da tragédia de Sófocles, mas é bem possível que a introdução da peste à história de Édipo tenha sido uma inovação desse tragediógrafo. O ponto chama a atenção, pois temos conhecimento da ocorrência de uma violenta epidemia em Atenas em 430/429 a. C. Por outro lado, há certo consenso entre os estudiosos em situar a produção do Édipo Rei em algum ponto dos anos 20 do mesmo século quinto daquela era. Esses e outros fatos, somados a uma associação, estabelecida na tragédia, entre a peste e o deus Ares – um deus cuja esfera de influência não guarda relação alguma com situações de epidemia, estando tradicionalmente ligado à carnificina da guerra – levaram alguns pesquisadores, Bernard Knox entre eles, a ver na peste representada na tragédia de Sófocles um reflexo da epidemia real que assolou Atenas no início da guerra do Peloponeso, datando, portanto, a encenação da peça nos anos imediatamente posteriores à epidemia. Com isso, vemos que Sófocles possuía a sua disposição não só um antecedente mítico de um povo acometido por uma peste, como na Ilíada, mas possivelmente também um exemplo histórico vivenciado por ele mesmo.

Mas é hora de deixarmos de lado o terreno da poesia épica e dramática e da matéria mítica, com aquelas sutis alusões, e passarmos para a descrição detalhada em prosa do evento histórico que pode igualmente ter servido de fonte para a incorporação, por parte de Sófocles, da peste ao mito de Édipo. Ao longo de oito parágrafos extensos (47.3 – 54.5) do segundo livro de sua História da Guerra do Peloponeso, Tucídides nos narra com riqueza de detalhes os efeitos da epidemia que assolou Atenas a partir do segundo ano da guerra travada contra Esparta. Nesse momento, a população do campo, incentivada por Péricles, havia se mudado para dentro dos muros da cidade, vivendo sob condições precárias em cabanas sufocantes e acampamentos no interior dos templos. Estima-se que mais de um quarto da população de Atenas tenha morrido dessa doença que até hoje não foi plenamente identificada, sendo a febre tifoide uma das principais candidatas. O próprio Péricles faleceu por causa dela, mas Tucídides, embora infectado, sobreviveu e nos legou esse vívido relato.

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A estátua de Tucídides em Viena

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Em comparação com o que estamos vivendo, alguns dos fatos ali descritos não deixam de ser intrigantes. Lemos sobre a suposta origem da epidemia em um território alheio, no oriente, mais especificamente na Etiópia; a sua entrada pela região portuária da cidade, o Pireu; a suspeita, apesar disso, de uma praga forjada por meio do envenenamento das cisternas daquela região pelos inimigos; a vã adesão a práticas religiosas; os sintomas detalhados da doença; o seu caráter geral e diverso, com o ataque de forma diferente contra indivíduos diferentes; a relação da doença com aquelas pré-existentes; o comportamento dos animais durante a epidemia (lá, alguns deles sumiram; aqui, voltaram a aparecer); a dificuldade de se encontrar um remédio; os efeitos psicológicos, morais e sociais da enfermidade, com quebras de convenções em relação aos dois últimos; a confiança numa possível imunidade; a referência a um antigo oráculo que previa uma guerra dórica (os espartanos eram dóricos), e até mesmo uma discussão hermenêutica sobre os termos da mensagem oracular.

Talvez o mais notável de toda a passagem seja a ideia de contágio que transparece em algumas de suas partes. Embora absolutamente comum para nós, essa noção não encontra espaço teórico na medicina hipocrática, uma vez que as doenças eram vistas como um reflexo do desiquilíbrio dos quatro humores, excluindo portanto um elemento externo ao corpo como causa, ao menos imediata, das doenças. Nesse ponto, portanto, como mostram alguns estudiosos (Poole e Halladay, por exemplo, em artigo de 1979 na Classical Quarterly), Tucídides parece apresentar um avanço em relação aos autores de tratados médicos da segunda metade do século V a. C., os quais, ao que tudo indica, não chegaram a postular tal fenômeno. Mas vamos ao texto:

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(A tradução é minha, e naturalmente são meus os erros eventualmente nela encontrados, mas ela jamais teria sido concluída sem a preciosa colaboração de Tadeu Andrade e Rafael Frate, a quem aqui agradeço.)

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Estando eles [i.e. os espartanos] ainda por não muitos dias na Ática, a doença primeiro começou a ocorrer entre os atenienses, e conta-se que mesmo antes se arrojara para muitas partes, tanto ao redor de Lemnos, quanto em outras regiões, sem que, contudo, se recordasse ter havido em lugar algum tamanha peste ou destruição assim de homens. Nem o tratamento dos médicos, por causa de sua ignorância, era a princípio suficiente – mas, à medida que se aproximavam muito mais, morriam muito mais – nem nenhuma outra arte humana; e foi inútil tudo que suplicaram junto aos templos ou consultaram em oráculos e lugares semelhantes. No fim, vencidos pelo mal, afastaram-se deles.   

 Ela primeiramente se iniciou, como se diz, a partir da Etiópia, acima do Egito, mas em seguida desceu ao próprio Egito, à Líbia e à maior parte da terra do Rei. De súbito caiu sobre a cidade dos atenienses e primeiro acometeu os homens no Pireu, de modo que foi dito por eles que os espartanos teriam lançado veneno nas cisternas; pois ainda não havia fontes ali. Depois atingiu também a cidade alta, e já morriam em muito maior quantidade. Que cada um, portanto, médico ou leigo, diga a respeito dela, conforme seu conhecimento, a sua provável origem e as causas que considera suficientes para tamanha mudança a ponto de terem a força de alterar o estado de coisas; eu, de minha parte, direi como foi ocorrendo e mostrarei aqueles fatos com base nos quais se observaria e seria sobretudo possível com alguma previsão não permanecer em ignorância, caso venha alguma vez a atacar de novo, tendo eu mesmo adoecido e eu mesmo visto outros padecendo.

Aquele ano, como se reconhecia, calhava mais do que todos de estar livre das outras moléstias; mas, se alguém tinha adquirido previamente uma doença, tudo convergiu a essa. De repente, sem pretexto algum, fortes calores na cabeça e rubores e vermelhidão nos olhos tomaram os outros que antes, contudo, estavam saudáveis, e os órgãos internos – língua e faringe – de imediato se tornaram cor de sangue e um sopro insólito e fétido exalavam. Deles em seguida sobrevinham espirros e rouquidão, e dentro de não muito tempo a fadiga descia ao peito acompanhada de uma forte tosse. Quando se fixava no coração, revolvia-o, e todas as purgações de bílis quantas são pelos médicos nomeadas atacavam, e isso com grande sofrimento. Um soluço vão invadia a maioria, provocando um forte espasmo; em uns após aqueles sintomas se acalmarem, em outros muito depois. Em sua parte externa, o corpo de quem estava afetado não era nem quente em demasia, nem fresco, mas avermelhado, lívido, com pústulas pequenas e feridas à flor da pele; mas o seu interior queimava tanto que não suportavam a cobertura de mantos e tecidos muito leves, nem de nada mais, a não ser a nudez, e de melhor grado lançariam a si mesmos em água fria. Muitos homens negligenciados isso também fizeram em cisternas, oprimidos pela sede incessante; e era indiferente se bebiam mais ou menos. A dificuldade em se tranquilizar e a insônia impunham-se continuamente. O corpo, por todo o tempo em que também a doença atingia seu auge, não esmorecia, mas, contra o esperado, resistia ao sofrimento, de modo que os mais numerosos, ou eram destruídos no nono ou no sétimo dia pelo fogo interno, dotados ainda de alguma força, ou, se escapavam, baixando a enfermidade ao ventre, sobrevindo-lhe uma forte supuração e, ao mesmo tempo, violenta diarreia assaltando, a maioria era por causa dela posteriormente destruída pela fraqueza.  

A forma da doença, tornando-se superior à descrição, caiu sobre cada um de modo mais duro do que o suportável pela natureza humana, e especialmente nisto mostrou sobretudo algo diverso do que era próprio daquelas moléstias já familiares: com efeito, as aves e os quadrúpedes que atacam os humanos, ou deles não se aproximavam, embora muitos restassem insepultos, ou, se provassem deles, pereciam. Sinal disso é que a escassez de tais pássaros tornou-se clara, e não eram vistos de forma alguma, nem mesmo ao redor de nada daquilo; e os cães, porque costumavam coabitar com homens, ofereciam uma maior sensação do que se passava. 

A enfermidade, a quem deixa de lado muitos outros elementos de sua estranheza, como vinha a ser em alguma medida diferente a cada um em comparação com outro, era desse tipo em sua ideia geral. Nenhuma doença dentre as de costume afligia durante aquele tempo; e, mesmo que alguma se desse, findava nisso. Morriam uns por descuido; mas outros, sendo também muito tratados. Não se estabeleceu, por assim dizer, nenhum só remédio, cuja aplicação devia trazer benefício; pois aquele que convinha a um prejudicava outro. Nenhum corpo, indiferentemente de sua força ou fraqueza, se mostrava autossuficiente contra a doença, mas ela destruía todos em conjunto, mesmo os que eram tratados com uma prescrição médica completa. O mais terrível de todo o mal era não só o desânimo no momento em que alguém se percebia doente (pois, voltando-se de imediato ao desespero mental, entregavam-se muito mais e não resistiam), mas também porque, infectando-se com o cuidado de uns aos outros, morriam como ovelhas; e isso engendrava a mais numerosa destruição. Quando, por medo, não queriam se aproximar uns dos outros, morriam isolados, e muitas casas esvaziavam-se pela falta de acesso de quem os cuidasse; e quando se aproximavam, eram destruídos, sobretudo os que tinham alguma pretensão à virtude; pois, por pudor, não poupavam a si mesmos, indo para o lado de seus amigos no momento em que mesmo os familiares dos que estavam partindo finalmente se cansavam até das lamentações, vencidos pelo grande mal. Contudo, os que haviam escapado apiedavam-se mais ainda dos que morriam e padeciam por causa de seu conhecimento prévio e porque eles mesmos já estavam em confiança; de fato, a doença não se apoderava duas vezes do mesmo homem, de modo a matá-lo. Eram felicitados pelos outros e eles próprios com alegria repentina tinham uma leviana esperança no tempo vindouro de que nunca mais seriam destruídos por outra enfermidade.      

Em acréscimo ao sofrimento subsistente, o recolhimento de homens das zonas rurais para dentro da cidade mais os pressionou, e não menos pressionados foram os que chegaram. Não havendo casas disponíveis, a destruição dos que habitavam em cabanas sufocantes por força da estação do ano ocorria sem ordem alguma; mas não só cadáveres jaziam uns sobre os outros ao morrerem, como gente semimorta rolava nas ruas e, pela avidez de água, ao redor de todas as fontes. Os templos em que montaram suas tendas estavam repletos de cadáveres dos que morriam ali mesmo; e, uma vez que o mal era excessivamente violento, os homens, sem saber o que seria deles, voltaram-se para um semelhante menosprezo a tanto o que era sagrado quanto profano. Todos os costumes de que antes se valiam a respeito dos funerais foram conturbados, e enterravam os defuntos como cada um podia. Muitos, por causa da já abundância de parentes mortos anteriormente, voltaram-se para enterros vergonhosos pela carência do que era apropriado à ocasião. Uns punham sobre piras alheias seu próprio defunto antes dos que as haviam montado e acendiam-nas, ao passo que outros, enquanto outro era cremado, lançavam sobre elas aquele que levavam e partiam.      

Em relação também às outras questões, a enfermidade primeiro iniciou na cidade um maior desrespeito às leis. Com mais facilidade ousavam fazer o que antes escondiam que era feito com prazer, ao verem a transformação repentina tanto dos afortunados, morrendo de súbito, quanto dos que antes nada possuíam, logo a seguir em posse dos bens daqueles. Dessa forma, julgavam digno realizar fruições rápidas e agradáveis, considerando semelhantemente efêmeros os corpos e a riqueza. Ninguém estava empenhado em perseverar no que era reputado bom, por achar incerto se, antes de atingi-lo, haveria de ser destruído ou não. O prazer do momento e o que de qualquer modo levasse a ele, foi isso que se estabeleceu tanto bom quanto útil. O temor aos deuses ou lei nenhuma dos homens os continham, já que, de um lado, julgavam indiferente respeitá-los ou não, por verem todos perecendo do mesmo modo, e, de outro, ninguém esperava que estaria vivo para receber uma punição de suas faltas quando viesse a sentença, mas que uma condenação muito maior já os ameaçava, e antes que ela caísse sobre eles seria natural extrair algum proveito da vida.

Atingidos por tal incidente os atenienses eram pressionados, por dentro, com os homens a morrer; por fora, com a terra devastada. Imersos no mal, lembraram-se, como era de se esperar, também daquele verso, que os anciãos afirmaram ter sido há muito entoado: “uma guerra dórica chegará, e junto a ela a peste”. Uma divergência então surgiu entre os homens: no verso, uma “peste” (“loimós”) não estaria nomeada pelos antigos, mas sim a “fome” (“limós”); venceu, porém, naquela circunstância, a opinião segundo a qual estava dito “peste”, o que é natural, pois os homens tiveram essa lembrança de acordo com o que padeceram. Se, penso eu, alguma vez outra guerra dórica acontecer depois desta e coincidir com a ocorrência de fome, provavelmente entoarão o verso daquela forma. E aos que o conheciam ocorreu a lembrança também do oráculo proferido aos espartanos, quando, ao indagarem o deus se era preciso guerrear, ele respondeu-lhes que “se entrassem em guerra com toda a força eles teriam a vitória”, e ele mesmo afirmou que contribuiria. Portanto, a respeito do oráculo, eles inferiram que os acontecimentos se conformavam a ele, pois, assim que os espartanos atacaram, a doença imediatamente começou; e, embora não tenha invadido o Peloponeso – ao menos com intensidade que mereça menção – infestou muitíssimo Atenas, e em seguida as mais populosas dentre as outras regiões. Esses são os fatos relativos à doença.

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O discurso fúnebre de Péricles, Philipp Foltz, 1877

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Márcio Mauá Chaves Ferreira

Márcio Mauá Chaves Ferreira é mestre em Letras Clássicas pela USP e doutorando pela mesma universidade. Sua tradução da peça Édipo Rei foi recentemente publicada pela Editora Hedra.