As palavras são uma solução. Elas vêm ao mundo depois das coisas. Os homens precisavam comunicar-se mutuamente, e então elas vieram lhes acorrer. Existem vários níveis dessa necessidade.
Na semana passada a revista Playboy anunciou que voltaria a publicar ensaios de nu integral. O anuncio chegou de surpresa e gerou uma série de reações apaixonadas da mídia e do público leitor. Ademais, em 2015, para o alívio de Gloria Steinem e para a tristeza de muitos solteirões de meia idade, a Playboy anunciou que deixaria de publicar conteúdo explícito.
Seja Hobbes ou Kant, uma ideia comum ao pensador político moderno é que, se suprimirmos a força coercitiva do Estado, não importa qual o grau de avanço civilizatório de uma grande sociedade, ela cai na barbárie.
Nas últimas semanas, dois acontecimentos no universo acadêmico demonstraram que a liberdade de expressão é hoje, nas palavras do profeta, nada mais do que uma espécie de “caniço quebrado”
Ainda na semana passada, tivemos a votação da Medida Provisória que rege o Ensino Médio no país. Após idas e vindas, com pouco ou quase nenhum diálogo com a sociedade, os congressistas decidiram-se por, entre outras coisas do pacote, manter a oferta obrigatória das disciplinas de Filosofia, Sociologia e Artes, mas remover o caráter compulsório das assim chamadas "ciências naturais".
A tramitação do projeto do Deputado Federal Rogério Peninha (PMDB-SC), o PL 3722/12, que propõe alterações no Estatuto do Desarmamento, reanimou o debate sobre armas de fogo no Brasil.
O destino intelectual de Francis Fukuyama deve conter penas e prazeres em igual medida. Lançar uma tese (“O fim da História”) que, achatada em slogan, define uma época; cruzar o globo palestrando; ser resenhado por veículos que contam – eis o sonho do intelectual público.
Teorias desenvolvidas para explicar o crescimento econômico de países ao longo do tempo falharam na prescrição de receitas efetivas para os chamados países em desenvolvimento.
Peço licença aos leitores para tratar de algo aparentemente distante da temática habitual desta coluna, no caso, uma querela política. Só o faço por perceber que por trás de tal debate circula uma questão de fundo psicológico e, diria eu, até antropológico.