O cristianismo, disruptivo e subversivo, a maior história já contada, está na base da tão cética mentalidade ocidental. Somos todos herdeiros. Por Rogério P. Severo, uma leitura de Tom Holland. Como já disse Lennon, “all you need is love”.
Em resposta ao ensaio de Rogério P. Severo — sobre os "irracionalismos identitários", produto de uma radical mudança no discurso dos movimentos negro, gay e feminista das últimas décadas —, Érico Andrade fala sobre a importância das questões identitárias e sobre racionalidade na compreensão de nossa formação histórica.
"Houve uma mudança tão radical no discurso dos movimentos feminista, negro e gay das últimas décadas que algumas das teses centrais de líderes negros, gays e feministas do passado são hoje abertamente tidas como racistas, homofóbicas e misóginas." Para o Prof. Rogério P. Severo, "é preciso separar as reivindicações legítimas por justiça e igualdade de oportunidade pleiteadas por mulheres, negros e gays das aberrações intelectuais que se imiscuíram nesses movimentos."
"Sim, a injustiça é abominável, sim, a miséria é inaceitável, sim, a nossa educação é pavorosa, sim, a corrupção e a violência correm soltas, sim, precisamos de mais ciência e menos fígado. Mas cada um desses e quaisquer outros tópicos de polêmica nacional ou internacional podem ser enquadrados sob visões, valores, narrativas e metáforas distintas e incompatíveis. São em torno destas últimas, e não de razões, que as opiniões se aglutinam. E é por isso que pessoas que de outro modo nos parecerem perfeitamente razoáveis e ponderadas podem chegar a conclusões que nos parecem absurdas por meio de raciocínios impecáveis." Um ensaio de Rogério P. Severo, sobre a natureza de nossas divergências — num tempo em que nos tornamos "todos perspectivistas, ainda que inconscientes".